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Scot Consultoria

Preços do leite seguem em queda


Sexta-feira, 4 de novembro de 2016 - 10h40

Pelo segundo mês consecutivo, o produtor de leite de Minas Gerais recebeu a menos pelo produto disponibilizado no mercado. Além da queda na demanda no mercado final - após forte aumento dos preços -, o início da safra e a elevação das importações têm contribuído para a queda dos valores pagos aos pecuaristas. No Estado, a desvalorização chegou a 8,5% em outubro e a tendência é de novas retrações ao longo dos próximos meses. A situação é desfavorável no campo, já que os custos de produção continuam em alta.


De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), no Estado, o litro de leite foi cotado em outubro, referente à produção entregue em setembro, em média líquida, a R$ 1,43, o que significou queda de 8,5%. O valor bruto retraiu 8%, com o litro negociado a R$ 1,54. No período, o Índice de Captação de Leite do Cepea (Icap-L) aumentou significativos 6,24%.


Segundo o zootecnista e consultor de mercado da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro de Lima Filho, a retração dos preços já era esperada e a tendência é de novas quedas até o início do próximo ano.


"São três fatores que contribuíram para a queda dos preços pagos aos produtores. A primeira foram os preços menores no atacado, que provocaram recuos na indústria e pressionaram os preços na base produtiva. Em segundo, o início da safra no Sul e Sudeste, percebido desde julho, fator que vem contribuindo para uma maior oferta. O outro ponto é o aumento das importações, que também afeta o volume de leite disponível", explicou.


Ainda segundo Ribeiro, a queda da demanda no atacado foi provocada pela retração do consumo, após altas significativas. "Os preços do leite longa vida ficaram próximos a R$ 5 por litro e isto inibiu o consumo, refletindo em queda para toda a cadeia produtiva. De setembro até os dias atuais, os valores retraíram bem. O litro é negociado na indústria a R$ 2,36 e no varejo em torno de R$ 3,20".


Regiões - A retração nos preços pagos aos produtores foi verificada em todas as regiões produtoras de Minas Gerais. De acordo com os dados do Cepea, a maior desvalorização, 16,8%, aconteceu no Vale do Rio Doce, onde o litro de leite foi negociado, na média bruta, a R$ 1,53. A queda no preço líquido chegou a 15%, com a cotação de R$ 1,42 por litro.


Na Zona da Mata a queda chegou a 10,11% no preço bruto, com o litro de leite comercializado a R$ 1,45. O valor líquido, R$ 1,36, retraiu 10,56% quando comparado a setembro.


No Triângulo e Alto Paranaíba, os produtores receberam 10,44% a menos pela negociação do leite, com o litro cotado a R$ 1,50, na média líquida. A desvalorização no valor bruto foi de 9,37%


Retração também no Sul e Sudoeste de Minas. Nestas regiões, o pecuarista vendeu o leite, na média líquida, a R$ 1,38, queda de 7,93%. O valor bruto caiu 7,72%, com o produto cotado a R$ 1,47 por litro.


A menor desvalorização foi verificada na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). O pecuarista negociou o leite a R$ 1,42, queda de 2,74% no preço líquido. No valor bruto a desvalorização foi de 1,83% e o litro negociado a R$ 1,54.


Com a queda dos preços em todas as regiões produtoras do Estado, a situação dos produtores continua desfavorável.


Custos - "O custo de produção está comprometendo a renda do pecuarista. Apesar dos preços mais estáveis dos grãos, os custos com fertilizantes, medicamentos e mão de obra estão mais elevados. Em relação à alimentação do rebanho, um pequeno alívio deve ocorrer nos próximos 15 a 30 dias, com a recuperação das pastagens após as últimas chuvas. Isto pode diminuir a necessidade de suplementar o rebanho", explicou Ribeiro.


Para novembro, com o avanço da safra, representantes de laticínios e cooperativas consultados pelo Cepea apontam nova queda nos preços do leite. A maioria dos entrevistados (94,2%), que representa 99,8% do leite amostrado, indica que os valores devem cair. Outros 1,9%, que representam 0,02% do volume amostrado de leite, acreditam em estabilidade. Baseados no volume de chuvas abaixo do esperado em algumas regiões, alguns colaboradores (3,8% dos agentes que representam 0,2% da amostra) têm expectativa de alta nas cotações em novembro.      


Link da notícia: http://diariodocomercio.com.br/noticia.php?tit=precos_do_leite_seguem_em_queda&id=174732


Por Michelle Valverde, Diário do comércio



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