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Scot Consultoria

Dólar a R$4 ajuda exportação, mas afeta endividamento de frigoríficos


Sexta-feira, 25 de setembro de 2015 - 15h42

São Paulo, 22/09/2015 - A indústria exportadora de carne bovina no Brasil deve ser beneficiada pela alta do dólar em termos de maior competitividade e geração de receitas em moeda doméstica. Hoje a moeda norte-americana fechou em R$4,05, alta de 1,84% e o maior valor desde que o real foi adotado no País.


Entretanto, a desvalorização da divisa nacional também é motivo de preocupação. Para a Scot Consultoria, o dólar à vista nestes patamares tem reflexo negativo sobre o endividamento da cadeia frigorífica que, por natureza, opera alto nível de alavancagem.

Ao Broadcast, o analista Hyberville Neto diz que os efeitos macroeconômicos do câmbio também devem afetar negativamente o segmento. "A alta do dólar facilita a exportação, mas atrapalha a economia, pois estimula a subida da inflação, o que pode resultar em alta dos juros", avalia.

Para Neto, o cenário no Brasil já é de aperto monetário em 2015 e fatores que reforcem o movimento dos juros são desfavoráveis para a saúde financeira da cadeia produtiva. "Se a taxa de alavancagem já é alta, um aumento dos juros tende a afetar o resultado final das empresas", diz Neto. Ao mesmo tempo, o analista ressalta que os efeitos positivos do câmbio para a exportação têm sido contrabalançados em 2015 pela queda nos volumes e nas receitas em dólares. Segundo a Scot, o recuo nos embarques, no comparativo anual, foi de 18,7% nos oito primeiros meses do ano, puxado por compras menores da Rússia e da Venezuela. O faturamento em dólares caiu 24,2%, mas as receitas em real subiram 2,1%, favorecidas pela desvalorização da moeda nacional.

O dólar acima de R$4 também deve afetar diretamente os custos dos produtores. Neto prevê que os confinadores sejam os mais afetados, já que utilizam insumos cujos preços estão atrelados ao dólar. Já os produtores de perfil mais extensivo devem ser pouco influenciados. "O fosfato bicálcico do suplemento mineral, por exemplo, pode subir, mas no geral não são tantos os produtos (afetados)", diz.


Fonte: Estadão Conteúdo, por Renato Oselame.



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