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Scot Consultoria

Exportação de bovino mantém queda no ano


Quarta-feira, 17 de junho de 2015 - 17h44

São Paulo - Em 2015, a exportação de carne bovina vem em movimento crescente, porém, bem menor diante dos resultados obtidos em 2014. A redução nos embarques para Rússia e Venezuela pressiona e analistas já enxergam cada vez mais distante a meta de US$ 8 bilhões, traçada pelo setor, para fechamento do ano.


Dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) divulgados ontem (15) indicam retrações de 24% e 14%, para faturamento e volume dos embarques de maio, respectivamente, contra o mesmo mês de 2014. Em maio, o País gerou receita de US$ 467,8 milhões com o envio de 113,9 mil toneladas de carne.


Se considerada a variação mensal, o faturamento do mês passado foi 2% maior que o de abril, tal como o volume, que subiu 2,54% no período avaliado.


Entretanto, no acumulado do ano, o setor se manteve no vermelho ao registrar queda de 18% ante 2014, pela receita de US$ 2,2 bilhões ao ter exportado 543,7 mil toneladas, uma redução de 14% em volume embarcado.


"Rússia e Venezuela reduziram de 30% a 40% nas importações deste ano. São países importantes e dependentes do desempenho de preços do petróleo. Enquanto o poder de compras deles não for restabelecido, isso deve afetar as exportações brasileiras [de carne bovina]", avalia o analista de mercado da Scot Consultoria, Alex Lopes.


No ano passado, o País faturou US$ 7,2 bilhões com envio de carne bovina ao exterior, crescimento de 7,7% em relação a 2013. Desde a divulgação destes números, a meta estipulada pela Abiec era atingir os US$ 8 bilhões em 2015, ou seja, uma expectativa de avanço de 9,8%. Questionado sobre a viabilidade deste objetivo, o especialista acredita que para "tapar o buraco" deixado por Rússia e Venezuela será necessário a entrada de um país que faça compras muito expressivas, para que seja possível recuperar o que foi perdido até agora e ultrapassar 2014.


Negociações


Neste contexto, o desempenho do setor no ano está nas mãos das negociações em andamento. "Já registramos um leve aumento agora em maio nas exportações [na variação mensal]. Nossa perspectiva continua positiva para o segundo semestre, quando teremos definitivamente a volta dos embarques para outros países, como Arábia Saudita", afirma o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, por meio de nota.


A entidade destaca que, em maio, foi assinado o protocolo sanitário entre Brasil e China, que permitirá o retorno dos embarques de carne bovina brasileira para aquele país já neste mês de junho. Segundo analistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), oito frigoríficos já estão aptos a exportar aos chineses, "apesar da oferta de animais ainda ser considerada baixa", ressaltam no último alerta de mercado divulgado pelo instituto.


"Da última vez que exportamos para o mercado chinês a participação era pequena. Existe uma triangulação comercial com a carne que vai para Hong Kong e que pode passar a ir direto para a China. Daí a sustentar as exportações brasileiras, acho difícil", enfatiza Lopes, da Scot Consultoria. De acordo com analistas, o Brasil embarcava algo entre 1% e 2% aos chineses antes da declaração do embargo.


Com a reabertura da Arábia Saudita, a expectativa da Abiec é atingir também mercados do Oriente Médio como Bahrein, Catar e Kuwait.


Conforme publicado no DCI, no início do ano grande parte das apostas estavam nas negociações com os Estados Unidos para assim acessar compradores com os mesmos padrões de sanidade, como México e Canadá.


Por detrás de todos estes fatores, os preços do Indicador Esalq/BM&FBovespa, que chegaram a bater R$ 150 por arroba em abril, fechou a R$ 147,7 ontem, com avanço inferior a 1% no comparativo mensal e deve seguir neste patamar.


Fonte: DCI, por Nayara Figueiredo. Publicado em 16/06/2015 - http://www.dci.com.br/agronegocios/exportacao-de-bovino-mantem-queda-no-ano-id474398.html



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