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Scot Consultoria

Frigoríficos sobem com fim do embargo chinês, apesar de já terem acesso ao país via Hong Kong


Terça-feira, 19 de maio de 2015 - 18h14

São Paulo - As ações dos frigoríficos reagem positivamente à notícia de término do embargo da China à carne bovina brasileira, embora analistas ponderem que o país asiático já absorvia a proteína animal do Brasil por meio de Hong Kong. Especificamente a JBS também é beneficiada pela notícia de que a agência de classificação de risco Standard & Poors elevou o rating global corporativo da companhia e de sua subsidiária norte-americana, a JBS USA, para BB+, de BB.


Há pouco, JBS ON subia 3,77%, a R$ 16,80, no topo das altas do Ibovespa, Marfrig avançava 2,72%, a R$ 4,15, e Minerva, 5%, a R$ 9,87. No mesmo momento, o Ibovespa cedia 1,63%, aos 55.285 pontos.


O acordo entre Brasil e China tem potencial de gerar US$ 520 milhões em negócios por ano quando todas as unidades estiverem habilitadas. No total, 26 terão essa autorização, sendo que imediatamente serão abertas 8 de bovinos.


Analistas do BTG Pactual dizem em relatório que os esperados términos de embargos dos Estados Unidos e da China são "transformacionais" para a indústria (principalmente no caso dos EUA, uma vez que a China parece já absorver volumes de carne bovina do Brasil via Hong Kong).


Hyberville Neto, da Scot Consultoria, diz que o efeito China sobre o setor deve ser limitado, porque a demanda no país já é atendida por meio de uma triangulação comercial via Hong Kong, que ocorre mediante vista grossa dos agentes chineses. "O acordo pode ajudar a escoar um pouco mais a produção, mas Hong Kong já figura entre nossos principais parceiros comerciais", afirma. "O otimismo fica por conta da melhora na imagem da pecuária brasileira, que é beneficiada com o fim de um embargo por motivos sanitários", diz.


A carne bovina desossada e congelada é o principal produto exportado pelo Brasil a Hong Kong. De janeiro a abril de 2015, as vendas caíram 3,8% em volume ante igual período de 2014, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic). Os miúdos congelados de bovinos são o terceiro produto mais vendido à província semiautônoma, e tiveram retração de 17,5% no período, também em volume.


No primeiro trimestre deste ano, a JBS Mercosul teve queda de 15,3% nas exportações (em volume). Já a Marfrig registrou recuo de 7% nas exportações a partir do Brasil.


A Minerva, por outro lado, conseguiu aumentar em 11% as vendas externas de produtos brasileiros, mesmo diante do cenário pouco favorável.


S&P


De acordo com os analistas da S&P, a mudança na avaliação da JBS reflete a melhora na margem Ebitda e da geração de fluxo de caixa, o que levou à redução do endividamento da empresa nos últimos trimestres, apesar das aquisições recentes. Nos últimos meses, a companhia finalizou a compra do Grupo Primo Smallgoods, na Austrália e do Grupo Big Frango, no Brasil. A JBS também adquiriu as operações de aves da Tyson Foods no México, mas o negócio ainda está pendente. Todas as operações somaram R$ 5 bilhões.


Fonte: Estadão, por Karin Sato e Renato Oselame. Publicado em 19/05/2015.



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