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Scot Consultoria

Boi: Negócios em SP já saem por mais de R$150/arroba


Sexta-feira, 10 de abril de 2015 - 18h18

São Paulo - Os negócios realizados no mercado físico em São Paulo superaram o preço de referência de R$ 150/arroba, de acordo com apuração de consultorias do setor. A valorização está relacionada à condição de oferta restrita de animais e às compras da indústria de menor porte, que não têm estrutura para operar em outros Estados. "(Em São Paulo), alguns frigoríficos estão dispostos a desembolsar R$151 pela arroba, com prazo de pagamento de 15 dias", avalia Catarina Pedrosa, do BESI Brasil, em relatório a clientes.

Além do BESI, a Scot Consultoria e a Informa Economics FNP também apuraram valorização do boi em São Paulo. Para a Scot, o preço de referência subiu R$ 0,50 no dia, alcançando o patamar de R$ 150 à vista e R$ 151 a prazo. Já a Informa observa a cotação em R$ 151 à vista, com alta de R$ 1/arroba.

O indicador Cepea/Esalq cedeu 0,51% e fechou a quinta-feira a R$ 149,17/arroba à vista. A prazo, a queda foi menor, de 0,24%, para R$ 150,29/arroba. O mercado futuro também teve ajustes depois de várias sessões de alta. O abril caiu R$ 0,90, para R$ 152,14, enquanto o novembro perdeu R$ 2,07 e foi a R$ 156,98.


Indicador do preço do boi - ESALQ/BM&F/Agência Estado em SP


Preço do boi em R$/@ - BM&F/Agência Estado


Boi no mercado interno em R$/arroba a prazo – CEPEA-ESALQ/Agência Estado


Os níveis de preços atuais da arroba negociada em São Paulo são um incentivo para que os grandes frigoríficos busquem animais fora do Estado e reforcem seus abates em outras fábricas. Com isso, a demanda local de regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul aumenta, o que ajuda a impulsionar os preços do boi gordo. 


Segundo a Scot, houve alta de R$ 1/arroba em Goiânia e na região sul de Goiás, com a cotação a R$ 141 e R$ 142, respectivamente. Para a Informa, a cotação em Campo Grande avançou em igual valor, para R$ 143. Em Dourados (MS), o Cepea apurou alta de R$ 0,50, para R$ 141,16.


Em Minas Gerais, a Scot registrou alta de R$ 2/arroba em Belo Horizonte (para R$ 138/arroba) e de R$ 1/arroba no norte do Estado, onde o preço de referência chegou a R$ 133.


Mesmo com o aumento na sua principal matéria-prima, as indústrias ainda registram recuperação nas suas margens no início do mês. A melhora na demanda no atacado permite que os frigoríficos repassem esses custos ao consumidor final. Para a Scot, o quilo do dianteiro registrou alta de R$ 0,90, para R$ 8,20, com o quilo do boi inteiro a R$ 9,42, ante R$ 9 na véspera. Já o traseiro, de cortes mais nobres, caiu R$ 0,05 e foi a R$ 10,85. O BESI também apurou aumento nos preços da carne do boi, de R$ 0,16, para R$ 9,39/quilo.


O aumento nas margens dos frigoríficos foi registrado pelo Equivalente Scot Carcaça. O indicador calcula a razão entre a receita do frigorífico com a venda da carne com osso, miúdos, couro, sebo, derivados e subprodutos em relação à arroba. Ontem, o índice revelou margem positiva de 15,9%. Esse resultado é 28,4% maior que a média das margens registradas em março. O Equivalente Físico, que reproduz esse cálculo considerando apenas as vendas da carne com osso no atacado, também apresentou melhora, mas continua no vermelho: -5,6%.


A recuperação, no entanto, é sazonal e pode não prosseguir ao longo do ano, sobretudo ante às expectativas de piora no consumo doméstico e o ritmo ainda lento das exportações. "As margens melhoraram um pouco, mas ainda estão ruins. Foi um alívio, mas os frigoríficos não têm motivos para comemorar", afirma Mauricio Nogueira, da Agroconsult.


Fonte: Agência Estado, por Renato Oselame. Publicado em 10/04/2015.



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