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Scot Consultoria

Plantio direto - construindo uma agricultura sustentável


Terça-feira, 2 de fevereiro de 2021 - 10h30

Foto: Embrapa

 


Introdução

Em 1971, o pioneiro Herbert Bartz começou a delinear o que posteriormente foi chamado de “plantio direto” ou “semeadura direta”, na cidade de Rolândia-PR.


A percepção de que o revolvimento do solo, em ambientes tropicais, acabava deixando o solo extremamente vulnerável às intempéries intensas nessas regiões, principalmente processos erosivos, serviram de inspiração para o desenvolvimento do sistema.


Mas, foi em 1974 que, de fato, o sistema começou a ser difundido na região norte do Paraná. Com mais de quatro décadas, a técnica já é empregada em todas as regiões produtoras, com excelentes resultados.

Figura 1. Evolução da área plantada em sistema de plantio direto (SPD) no Brasil, em milhões de ha.



Fonte: Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (Febrapdp)/ Scot Consultoria


Conceitos

Esse sistema é sustentado por três conceitos principais: o revolvimento mínimo do solo; a cobertura permanente do solo com plantas vivas ou palhada; e a rotação de culturas. Quando bem implantado, o sistema de plantio direto (SPD) atende com maestria aos fundamentos de um cultivo sustentável.

A diversidade de sistemas radiculares, promovida pela torração de culturas e pelas plantas de cobertura, além do revolvimento mínimo do solo, resulta em diversos pontos positivos, os principais estão assim listados:


· Maior capacidade de infiltração e armazenamento de água no solo;


· Maior desenvolvimento de raízes;


· Menor amplitude térmica;


· Maior diversidade macro/microbiológica, favorecendo organismos benéficos;


· Aumento da fixação de carbono atmosférico, que, na forma de matéria orgânica, acaba por mitigar a emissão de gases de efeito estufa (GEE);


· Menor consumo de combustíveis fósseis;


· Evita o carregamento excessivo de solo pela enxurrada, evitando assoreamento de cursos d’água próximos. Além de evitar a perda das camadas férteis do solo (superficiais) e até mesmo de sementes.


Na fase de implantação, geralmente o sistema apresenta um custo mais elevado em curto prazo, quando comparado a sistemas convencionais.


Esse custo adicional está relacionado principalmente com a necessidade de investimentos em maquinário adequado, condicionamento do solo (se necessário) e  maior utilização de herbicidas.

Em longo prazo, com a consolidação do sistema, a tendência é que ocorra redução dos custos, principalmente pelo menor uso de máquinas e combustível, maior vida útil do maquinário, menor susceptibilidade das culturas às intempéries (principalmente veranicos e altas temperaturas) e menor perda de solo fértil, sendo assim mais eficiente em relação aos recursos produtivos disponíveis.


Considerações finais

Agricultura sustentável deve ser aquela que garante, permanentemente, uma boa produtividade, onde o ambiente apresenta equilíbrio, com viabilidade econômica.


Nesse contexto, o plantio direto se destaca, pois é menos agressivo ao ambiente que os sistemas convencionais, gera economia em longo prazo e aumenta gradativamente a produtividade, gerando maior segurança alimentar.


Referências


BARTZ, H. A. et al. Sistema de Plantio Direto é opção de sustentabilidade. visão agrícola nº10, Piracicaba-SP, jan./abr. 2012.

CRUZ, J. C. et al. Plantio direto e sustentabilidade do sistema agrícola. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.22, n.208, p.13·24, jan./fev. 2001.

FIDELIS, R. R. et al. Alguns aspectos do plantio direto para a cultura da soja. Biosciense, v19. Uberlândia-MG, 2003.



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