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Mato Grosso lidera ranking do desmatamento com aumento de 152% em doze meses


Segunda-feira, 31 de agosto de 2015 - 10h54

O desmatamento em Mato Grosso voltou a crescer depois de anos em queda, registrando alta de 152% no atual calendário de monitoramento, que começou em agosto de 2014 e fechou em julho de 2015, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O monitoramento por satélite registrou 1.036 km2 de desmatamento nestes doze meses, contra 411 km2 no período anterior (agosto de 2013 a julho de 2014). Os dados são do levantamento feito pelo Instituto do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).


Ao analisar os dados, a organização não-governamental Instituto Centro de Vida (ICV) observa que Mato Grosso lidera o ranking nacional de corte da floresta, sendo responsável por 31% de todo o desmatamento registrado na Amazônia Legal em doze meses até julho, que também teve aumento de 63% e atingiu 3.322 km2.


Segundo o ICV, dos oito estados que compõem a Amazônia Legal, apenas o Pará conseguiu reduzir o desmatamento em comparação ao calendário anterior. "Embora o monitoramento tenha detectado 732 km2 de desmatamento, os esforços permitiram uma redução de 14% em comparação com o mesmo período do ano anterior", diz o ICV.


Segundo ICV, o levantamento do Imazon mostra que o município de Colniza, na região noroeste de Mato Grosso, registrou 204% de aumento na comparação com os dois períodos, totalizando 171 quilômetros quadrados de retirada da floresta, entre julho ao ano passado e agosto deste ano, o que representa 17% do total detectado em Mato Grosso. O ICV observa que os dados divulgados pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema-MT) revelam que o município tem apenas 43% da área no Cadastro Ambiental Rural (CAR). O ranking estadual dos municípios que mais desmataram é composto ainda por Feliz Natal (84 km²) e Juína (62 km²). Com relação ao tamanho, a análise do ICV aponta em 53% da área os desmatamentos ficaram entre 50 e 250 hectares.


Alice Thuault, Diretora Adjunta do ICV, afirmou que os dados mostram que um grande desafio é a necessidade de reforçar a ação em nível municipal. Ela cita como exemplo o fato de Colniza não ter aderido ao Programa Mato-grossense de Municípios Sustentáveis, cuja implementação prevê a elaboração de um plano de metas para área de gestão ambiental, fundiária e desenvolvimento de cadeias produtivas sustentáveis. "Já está provado que não é necessário mais desmatar para produzir. Mato Grosso, como maior produtor de grãos e maior rebanho bovino do Brasil, precisa assumir esse compromisso e empenhar esforços para zerar o desmatamento", diz ela.


Fonte: Globo Rural. 28 de agosto de 2015.



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