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Scot Consultoria

Voltem às baleias e ao mico-leão-dourado


Segunda-feira, 18 de agosto de 2014 - 16h10

Ecologistas comemoraram a aprovação do Protocolo de Nagoya. Que funcionaria assim: uma empresa desenvolve um produto.  Só que ele foi feito a partir de planta que só existe numa comunidade indígena. Pelo protocolo de Nagoya, essa hipotética multinacional teria que pagar royalties para o governo brasileiro e também para a comunidade indígena. 


A coluna "Economia Verde", O Globo 24.07.14, usa o chavão "multinacional" ao tratar do assunto e cita o caso das sementes de seringueira que foram roubadas do Brasil. Mas se esquece de Palheta que trouxe para o Brasil sementes roubadas de café e que essa cultura sustentou a economia do país por muitas décadas. Desonestidade intelectual ou ignorância? 


Segundo o colunista, a "famosa bancada ruralista é contra" porque acham que "o Protocolo de Nagoya não é uma medida de proteção, mas uma ameaça".


Temem os ruralistas que sejam obrigados a pagar royalties por produtos que hoje sustentam o país porque são eles que sustentam nossa balança comercial.  Como a cana-de-açúcar, a soja, o café, as carnes bovinas, suínas, de frango. Todos são itens que tiveram origem fora do Brasil e sobre os quais não pagamos royalties


Bela vitória.  Receber royalties de sementes ou plantas sem nenhuma expressão econômica e ter o risco de pagar royalties sobre toda a riqueza gerada no agronegócio brasileiro.  Os EUA não aprovaram essa e outras farras internacionais.  Não aceitam esse risco para o agronegócio deles.  


Outra boa dos ecologistas: conseguiram proibir a construção, no Brasil, de reservatórios nas novas usinas hidrelétricas. O resultado é um verdadeiro "samba do crioulo doido" ecológico: cada vez aumenta mais a energia produzida por usinas térmicas de geração suja com queima de combustível finito e poluente em detrimento da hídrica de geração limpa e com fonte renovável.  Sem falar no custo.


Mais dos ecologistas.  Fizeram muita força e chegaram bem perto de destruir a produção agropecuária desse país ao conseguir regras para que fossem punidos, por crime, todos aqueles que plantam e produzem em áreas em que havia florestas antes do advento da legislação que passou a impedir a derrubada da mata.  Vale dizer, punir 100% dos produtores rurais do Brasil. Foi instituída a punição criminal para os produtores rurais, com aplicação retroativa de uma regra nova, com base em MP de Zequinha Sarney.  Ainda hoje os ecologistas lutam contra o novo Código Florestal que acabou com essa barbaridade.


Para o mal do país a lista não termina nos exemplos aqui citados, basta lembrar a luta contra os transgênicos.  E não se diga que citei teses de ecologistas radicais, pois jamais conheci um que não seja radical. O país era melhor quando o ativismo dos ecologistas era em defesa de baleias e do mico-leão dourado. 


Fonte: Instituto Liberal. Por Humbero Esteves Marques. 15 de agosto de 2014.



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