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Scot Consultoria

Embargo russo não deve afetar preço da arroba do boi gordo, dizem especialistas


Quinta-feira, 16 de junho de 2011 - 17h13

Especialistas que participam da Feicorte, em São Paulo, avaliam que o embargo russo às carnes brasileiras não deve afetar os preços da arroba do boi gordo. A suspensão das compras por parte da Rússia passou a valer nesta quarta, dia 15. O governo brasileiro ainda aguarda uma resposta sobre um pedido para a retirada das restrições. Na opinião dos analistas, mesmo que haja redução nos embarques, a tendência de alta para a carne bovina deve ser mantida. Para Alcides Torres, diretor da Scot Consultoria, a situação acontece justamente em um período de baixa oferta de animais. Ele acredita que quando a Rússia voltar a comprar carne, os preços vão estar mais altos. — Eu considero que o preço da arroba do boi já atingiu um certo piso. Tanto é que apesar da pressão dos compradores de tentar derrubar o preço da arroba do boi, ela se mantém, aqui na praça de São Paulo, em torno de R$97, R$98, livre de Funrural — avalia Torres. Ele ressalta ainda que a Rússia fez um estoque antecipado de carne, o que seria mais um motivo para não haver pressão nos preços. – Segundo as nossas observações, no mês passado se comparado ao mesmo período do ano passado, os russos compraram 50% mais carne. Então isso deve ter gerado um problema de estoque para eles. Não diria que é um estoque para forçar queda de preços, porque se esta for a intenção, vai ser um “furo n’água”, até porque a oferta está restrita. O diretor da Odconsulting Planejamento, Osler Desouzart, concorda que os preços do boi seguem firmes. Para ele, a tendência para o longo prazo é de que a carne bovina se transforme em produto para classes mais privilegiadas. Luciano Róppa, especialista ligado à industria de rações, acredita que a volatilidade vai caracterizar a atividade pecuária nos próximos anos. – Nós estamos hoje com uma demanda de 67 milhões de toneladas e nós estimamos que até 2050 isso deve se movimentar para 94 milhões de toneladas. O Brasil já é, segundo projeções para 2011, o segundo maior consumidor mundial de carne bovina. Depois dos Estados Unidos e em terceiro vem a União Europeia. Luciano Roppa, especialista ligado à indústria de rações, acredita que a volatilidade vai caracterizar a atividade pecuária nos próximos anos. – Quando você olha todos os estudos que estão sendo feitos atualmente, existe essa fase de volatilidade nos próximos quatro ou cinco anos e depois desse período há uma estabilização dos preços acima da média verificada nos últimos dez anos. Estamos na fase de volatilidade maior atualmente, porém com tendências de aumento nos preços dos alimentos. Acabou a época dos alimentos baratos. Entre os pecuaristas, o clima é de otimismo. A associação dos Criadores de Mato Grosso admite que a escassez de oferta e a seca na região obrigaram muitos produtores a aumentar o abate de fêmeas. No Estado, este abate chegou a 38% do total de fêmeas em 2010, contra 52% no período entre janeiro e maio deste ano. – Terminado esta questão do abate todo de fêmeas, a gente volta para um cenário de oferta extremamente equilibrada, vemos a demanda, mês a mês, se recuperando e a gente vai novamente voltar a um cenário de preços firmes como os do ano passado – ressalta o superintendente da Acrimat Luciano Vaccari. Fonte: Canal Rural. 16 de junho de 2011.
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