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Scot Consultoria

Custo de produção do leite fica 43% mais alto em um ano


Segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011 - 09h26

O custo de produção do leite ficou mais alto em fevereiro deste ano, ante o mesmo mês de 2010. Já os preços subiram 17% no mesmo período. - São Paulo Os custos de produção do leite no Brasil estão 43% mais altos neste mês de fevereiro, se comparado ao mesmo período de 2010. Entre os principais vilões estão os insumos agrícolas, pressionados pela alta mundial das commodities, e a mão de obra. No mesmo período o preço do produto pago ao produtor cresceu 17%, passando de R$0,63 o litro, para R$0,74 na média em fevereiro deste ano. Em 2010, a média do preço do leite foi de R$0,71 por litro; já neste ano, Rafael Ribeiro, analista da Scot Consultoria, acredita que o valor feche em torno de R$0,78 por litro. “A alta das commodities tem puxado o preço de outros produtos e com a alimentação mais cara, a mão de obra mais cara, o preço do leite continuará subindo. Acredito que este ano fecharemos com uma média de até R$0,78 por litro”, disse ele. O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Leite Brasil), Jorge Rubez, aposta em um aumento maior. “Já temos produtores recebendo mais de R$0,90 por litro, então aposto que a média Brasil possa ficar entre R$0,80, e R$0,85. Isso tudo por conta dos preços das commodities, que influenciam diretamente no custo do leite. Tudo está aumentando: milho, soja, mão de obra e maquinários”, lamentou. Para o analista da Scot, a principal razão para o aumento dos custos de produção foram as recorrentes elevações nos valores dos alimentos como o milho e a soja, que representam mais de 30% dos custos totais da pecuária de leite. “O preço do milho em fevereiro deste ano está quase o dobro. Ao passo que as cotações do farelo da soja, em alta desde abril do ano passado, se aproximam dos valores recordes vistos em 2008. Tão logo, como os preços subiram apenas 17% desde 2010, o produtor pode esperar uma rentabilidade menor este ano.” Ribeiro contou que a pressão de baixa nos preços dos grãos no fim das colheitas, como é o caso do milho, é uma boa oportunidade para o produtor adquirir o produto. “Em uma atividade aonde a margem de lucro para o produtor é estreita, a redução no orçamento pode significar o sucesso do negócio. Tão logo, os investimentos do setor devem ficar menores este ano”, contou. Expectativas A produção brasileira de leite em 2010 foi de 30,6 bilhões de litros segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o que representa um aumento de 5% ante 2009, quando o volume foi de 29,1 bilhões de litros. Já o consumo por habitante/ano passou de 154 litros em 2009, para 161 litros por pessoa no ano passado. Rubez acredita que o consumo de leite no Brasil deve alcançar o patamar de 165 litros por habitante ainda este ano. “O aumento do consumo não foi por mérito de ninguém, e sim pelo crescimento da renda do consumidor. Se o aumento de renda continuar, em 4 anos o consumo brasileiro de leite passará para 200 litros por pessoa, que é o recomendado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)”, frisou. Em relação à produção, o presidente da Leite Brasil prevê um crescimento de 4% este ano, em cima dos quase 31 bilhões de litros obtidos em 2010 e descarta qualquer movimento de redução de produção por conta dos aumentos de custos. “Nos últimos 10 anos, a produção de leite tem crescido quase 5% ao ano e sendo pessimista acredito que para este ano vamos crescer mais 4%. Apesar do custo ter aumentado, os preços também subiram bastante e eu sempre digo que nesse setor empatar é lucro. Pois é melhor ganhar um pouquinho do que perder dinheiro”, brincou Rubez. Fonte: DCI. Agronegócios. Por Daniel Popov. 28 de fevereiro de 2011.
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