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Scot Consultoria

Preço da arroba do boi no país segue sustentado por oferta restrita


Sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011 - 15h17

Os preços da arroba do boi no mercado físico brasileiro seguem sustentados, mesmo no período em que tradicionalmente os preços ficariam mais baixos, por conta da maior oferta sazonal, disseram especialistas. O número restrito de animais prontos para o abate é o principal fator que mantém os preços firmes no mercado brasileiro. “A pressão de alta sobre a arroba persiste, em plena safra, período típico de oferta melhor”, observa o analista da Scot Consultoria, Alex Lopes da Silva. Tradicionalmente, nesta época do ano, começa a aumentar gradativamente a oferta de bois para abate terminados a pasto, mas a seca entre setembro e outubro de 2010 atrasou o processo de recuperação das pastagens brasileiras, estendendo o processo de engorda dos animais. Logo após este período, a arroba atingiu preços recordes em novembro, estimulando os pecuaristas a abater animais com menos de 17 a 18 arrobas, considerado o peso mais adequado para o abate. “Justamente, os animais que estariam entrando no mercado agora”, explicou. A oferta limitada tem reflexo direto na escala de abates dos frigoríficos brasileiros. Segundo Silva, muitas destas unidades tem estoques de animais para cobrir a demanda de 2 a 3 dias, o que é considerado muito restrito. “Os frigoríficos que têm maior disponibilidade de animais para serem abatidos, trabalham com escalas de no máximo 5 dias”, observou Silva. Ele acrescentou que as unidades que têm demanda mais imediata precisam elevar as ofertas aos pecuaristas. Silva observa que a pressão poderia ser até maior, mas com os preços altos no varejo muitos consumidores vêm optando por cortes dianteiros, que são mais baratos, e pela carne de frango, em detrimento dos cortes traseiros, considerados mais nobres. “A demanda está patinando um pouco neste começo de mês”, disse. Acompanhamento da Scot aponta que na quarta-feira os preços em São Paulo estavam em 101,50 reais à vista e 102,50 reais a prazo, contra pouco mais de 71 reais a arroba na mesma data do ano passado. Em Mato Grosso do Sul, nas três praças pesquisadas -Dourados, Campo Grande, Três Lagoas-, as cotações estavam em 95 reais à vista e 96 reais a prazo. Valores que, segundo ele, têm atraído compras de frigoríficos paulistas. Outro fator citado pelos especialistas é inerente ao ciclo pecuário, ainda efeito do abate de matrizes entre 2006 e 2007, que restringe a oferta de animais em idade de abate. O indicador Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da USP, para o mercado físico que é uma média ponderada do boi gordo no Estado de São Paulo, estava na quarta-feira em 103,71 reais por arroba, valor à vista. Na mesma data do ano passado, este indicador estava em 75,47 reais por arroba. “A oferta está abaixo do que se esperava e os preços devem seguir sustentados”, ressaltou Otávio Celidonio, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Celidonio observou que em Mato Grosso, Estado com o maior rebanho nacional, os pecuaristas demoraram para colocar o boi no pasto, justamente por causa da seca em meados do segundo semestre de 2010. Depois, quando as chuvas retornaram, houve perda de pastagem por excesso de precipitação. “Por isso, tem poucos animais prontos para abate”, explicou. Fonte: Agência Routers. Por Fabíola gomes. 11 de fevereiro de 2011.
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