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Scot Consultoria

Milho deve ter queda de preço no 2º semestre de 2011


Sexta-feira, 19 de novembro de 2010 - 15h29

O cenário do milho no Brasil para 2011 é de inversão dos resultados vistos este ano: o primeiro semestre deve ser de preços altos e estáveis e os últimos seis meses do ano que vem devem ser de estoques elevados e preços mais baixos. A tendência é impulsionada pela expectativa de redução de área na primeira safra, aos problemas climáticos esperados para o ano e por um estoque de passagem de aproximadamente 9,5 milhões - considerado por especialistas muito alto. “Além das seis milhões de toneladas de milho que estão na mão do governo, ainda temos o estoque privado. Como 2010 já está acabando, devemos virar o ano com um estoque relativamente grande”, disse Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot Consultoria. “Este ano iniciou com quase 12 milhões no estoque, o que pressionou os preços para baixo”, acrescentou. O montante considerado razoável pelo setor para estoques de passagem de milho no Brasil gira em torno de três a cinco milhões de toneladas. Segundo Lima Filho, em 2007, o País entrou com 2,8 milhões de toneladas de estoque. Em 2008, 2,5 milhões - ambos são considerados volumes baixos para reserva. Em 2009, os volumes saltaram para 11,4 milhões. A previsão para este ano é de 11,3 milhões de toneladas. O volume é considerado pelo analista uma das razões para a derrubada dos preços do produto no começo do ano. Para Filho, tanto no final deste ano quanto no primeiro semestre do ano que vem os preços do grão seguirão estáveis, mantendo os patamares vistos neste segundo semestre. “Com a redução de área de plantio de primeira safra e a baixa produtividade por conta do clima, a tendência é de preços altos e estáveis para o milho. Então, em 2011, o setor deve virar um pouco diferente. Até o mercado ter uma idéia maior de como será a safra 2010/2011 acho que seguirá essa pressão de alta sim”, garantiu ele. A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), concorda com esta reflexão, e aponta que o governo terá que agir de outra forma para conter as baixas previstas para o segundo semestre. “Com a primeira safra menor e os preços internacionais mais seguros, não haverá grandes oscilações de preços no primeiro semestre. Já no segundo pode sobrar milho dado a previsão de uma safrinha maior, e ai o governo terá que entrar com outro tipo de leilão, não para vender milho em estoque, mas para comprar, ou para movimentar a safra”, frisou Odacir Klein, procurador da Abramilho. Para ele, o produtor ainda está muito ressabiado em relação ao plantio do milho, isso porque tanto o clima como os preços podem derrubar a rentabilidade, considerada certa no plantio da soja. “Plantar milho é mais caro, se o produtor plantar e depois o clima não ajudar, além de um investimento maior, a lucratividade pode ser menor. Com a soja isso não acontece, dado a valorização do grão. Eu não diria que no ano que vem o segundo semestre será tão bom para o produtor, mas o primeiro não será tão ruim quanto este ano, que foi caótico. O primeiro semestre será mais estável. E o segundo dependerá da segunda safra”, disse. Leilão Apesar do resultado do leilão de milho realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) não ter terminado até o fechamento desta edição, a entidade confirmou que além deste leilão outros podem ser marcados ainda este ano. O evento de ontem serviu para vender mais de 317 mil toneladas do produto para complementar o abastecimento grão para os criadores de aves e suínos para indústrias que processam o cereal. “Possivelmente iremos soltar mais um leilão dado a avaliação que estamos fazendo aqui. Só estou esperando o comando do Ministério da Agricultura nos dar mais orientações. Mas a princípio tendo a necessidade de regular o mercado nós mais leilões sem dúvida”, garantiu João Paulo Moraes, superintendente de operações comerciais da Conab. Para ele, esse leilão ajudou a segurar os preços mais atrativos ao produtor, além de abastecer consumidores importantes para a cadeia, que são os produtores de suínos, frango e gado. Fonte: DCI. Agronegócios. Por Daniel Popov. 19 de novembro de 2010.
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