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Scot Consultoria

Diminui ritmo de queda das exportações de carne


Quinta-feira, 2 de abril de 2009 - 11h37

As exportações de carne bovina in natura voltaram a recuar em março, na comparação com o mesmo intervalo de 2008, mas o ritmo de queda diminuiu. Isso sinalizaria, na opinião de exportadores, um movimento de recuperação após meses de fortes perdas em decorrência da crise global que afetou a demanda e o crédito. Em março passado, segundo dados divulgados ontem pelo Ministério de Desenvolvimento, as vendas externas de carne in natura totalizaram US$233,6 milhões, 14,4% abaixo dos US$273 milhões registrados em igual intervalo de 2008. Em janeiro e fevereiro, porém, as quedas haviam sido mais significativas na comparação com os mesmos meses de 2008. Em volume, os números de março - 82,138 mil toneladas - ficaram pouco abaixo dos vistos no mesmo mês de 2008, quando foram embarcadas 84 mil toneladas. Em janeiro passado, as vendas de produto in natura somaram US$168,4 milhões, quase 54% menos do que os US$364,7 milhões do mesmo período de 2008. Em fevereiro, a queda já foi menor, mas ainda expressiva - 27% - de US$254,2 milhões para US$185,8 milhões, de acordo com dados do Ministério compilados pela Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec). Para o diretor-executivo da Abiec, Otávio Cançado, os números indicam um movimento de recuperação das vendas por conta da necessidade de recomposição de estoques e aumento da demanda nos países importadores. A Rússia, um dos países mais afetados pela crise de crédito no mundo, foi um dos que contribuíram para a queda menor da receita com as exportações de carne. O país importou US$74,838 milhões em carne in natura em março passado - no mesmo mês de 2008 havia comprado US$99,5 milhões. A receita caiu porque o preço médio recuou, já que os volumes até aumentaram: foram 31.020 toneladas em março, pouco acima das 30.701 toneladas do mesmo mês de 2008. A redução no preço médio não espantou os exportadores, já que reflete o momento de crédito escasso no mercado. Um outro sinal considerado positivo pelos exportadores nos números de março foi o aumento de 9% nas vendas de carne industrializada em março - na comparação com o mesmo mês de 2008 - para US$63 milhões. O volume também aumentou - de 15 mil toneladas para 15,8 mil toneladas em março deste ano. Os sinais de que as exportações de carne bovina ensaiam recuperação já influenciam os preços do boi gordo no mercado doméstico, afirma Lygia Pimentel, analista da Scot Consultoria. Ontem, na região de Barretos (SP), a arroba subiu R$0,50, para R$79,50. Há uma semana, estava em R$77,00. Ela diz que o produtor percebeu uma melhora no cenário e decidiu segurar as vendas. José Vicente Ferraz, da AgraFNP, acrescenta que a oferta de gado para abate segue restrita em função do ajuste no ciclo pecuário, e os preços são firmes de uma maneira geral no país. Pelo levantamento da FNP, havia negócios ontem no noroeste paulista a R$81,00 a arroba. O comportamento atual dos preços do boi gordo - reflexo da demanda de animais para abate - mostra que parte dos frigoríficos está ocupando espaços deixados no mercado por outros que deixaram de operar em função de dificuldades financeiras, concordam os analistas. Fonte: Valor Econômico. Por Alda do Amaral Rocha. Agronegócios. 2 de março de 2009.
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