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Scot Consultoria

Pecuaristas já preferem fazer vendas à vista


Quarta-feira, 4 de março de 2009 - 17h34

A suspensão dos abates e o pedido de recuperação judicial do frigorífico Independência deixaram os pecuaristas mais cautelosos no momento da venda do gado. Segundo o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, os produtores já aumentaram o volume de negócios feitos à vista mesmo com um deságio praticado pelos pecuaristas que chegam a 3% em relação às vendas a prazo. “Tradicionalmente, a venda de gado é feita a prazo, mas diante da situação do setor, os próprios sindicatos e associações de produtores já recomendam a venda à vista”, disse Tito Rosa, em entrevista ao AE Broadcast Ao Vivo. A saída do mercado do Independência teve impacto direto sobre os preços da arroba. No dia seguinte ao anúncio da paralisação dos abates outros frigoríficos iniciaram uma forte pressão sobre os preços. “Muitas empresas passaram a contar com a redução da concorrência, especialmente em Mato Grosso do Sul, onde a presença do Independência era muito forte”, disse Tito Rosa. De acordo com o consultor, a situação da indústria frigorífica no Brasil ficou muito difícil depois da retração da demanda internacional e do aumento da inadimplência dos importadores. Ele lembra que diante desse cenário, a baixa disponibilidade de gado por conta do abate de matrizes no passado encontrou um adversário forte e que a sustentação de preços pode não mais ocorrer por esse motivo. “O mercado vai testar o preço da arroba abaixo de R$80,00. Se isso se confirmar é difícil prever qual será o piso da cotação”, disse. Outro fator que contribuiu para agravar ainda mais a crise foi a queda dos preços da carne sem osso. O produto, considerado de valor agregado pela indústria, teve uma queda mais acentuado do que o da arroba do boi, deixando a operação deficitária. “Hoje não vale a pena desossar para vender. Devemos ver um aumento da oferta com carne com osso, que ainda é viável, e uma retração da oferta do produto sem osso. Quando isso ficar mais claro veremos uma virada do mercado”, afirma Tito Rosa, ao lembrar que as exportações começam a dar sinais de recuperação depois do resultado de fevereiro, quando os embarques cresceram em relação a janeiro. Apesar da situação estar mais estável, o analista diz que não há perspectivas de grandes mudanças no curto prazo. Para ele, ainda é difícil prever um retorno do crédito e um aumento mais acentuado do consumo, seja no mercado interno ou externo. “Não descartamos a possibilidade de outras unidades suspenderem os abates. Esse cenário vai acelerar o processo de concentração das indústrias depois que essa crise for superada”, afirma. Fonte: Agência Estado. Por Alexandre Inacio e Luciana Xavier. 4 de março de 2009.
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