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Scot Consultoria

Preço do boi desestimula confinador


Quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009 - 17h43

Os preços do boi gordo no mercado futuro estão desestimulando os confinadores do país, num momento em que estes enfrentam dificuldade para adquirir animais magros para engorda. Nos meses considerados de entressafra, agosto e outubro, a arroba do boi gordo está cotada a R$79,80 e R$81,13, respectivamente, na BM&F/Bovespa, não muito distante dos níveis atuais no mercado físico. É nesses meses que o boi de confinamento é ofertado no mercado. Tanto o boi magro quanto o gordo já estiveram em níveis mais altos do que estão hoje no mercado físico. Mas na comparação entre fevereiro deste ano e o mesmo período de 2008 - mês em que ocorrem as decisões de confinamento - os preços do boi magro subiram num ritmo mais forte do que o do animal pronto. Levantamento da Scot Consultoria aponta que, entre fevereiro de 2008 e fevereiro de 2009, os preços médios do boi magro (considerando 13 Estados do país) subiram 27%. Já a arroba do boi gordo teve alta de 12%. Levando em conta apenas o mercado de São Paulo, o boi magro (animal de 11 a 12 arrobas) saiu de uma média de R$780 para R$887 a cabeça, aumento de 13,7% na mesma comparação, enquanto a arroba do boi gordo subiu 10,7%, para R$83,04, em média. Fabiano Tito Rosa, da Scot, observa que o boi magro responde por entre 65% e 75% do custo total do confinamento, hoje variando de R$85,00 a R$90,00 por arroba no Brasil Central. Houve queda no custo da dieta - em média, de 17% -, afirma ele, mas ainda assim o comportamento dos preços não favorece os confinadores. “Com o atual preço do boi magro e o preço do boi gordo em outubro, a conta não fecha”, afirma Octávio Pereira Lima, gerente administrativo da Damha Pecuária, confinamento de bovinos em Pereira Barreto (SP). Na avaliação de Tito Rosa, o que explica o comportamento dos preços do boi gordo no mercado futuro é o pessimismo, principalmente, quanto às exportações brasileiras de carne bovina, que vêm registrando queda expressiva. Diante da dificuldade de compra do animal magro - reflexo ainda do forte abate de matrizes - e de preços pouco atrativos no mercado futuro, a Assocon (reúne os confinadores) já fala em queda de 20% no confinamento, que no ano passado atingiu 549 mil cabeças (entre seus 50 associados). Para Juan Lebrón, diretor da Assocon, esse quadro de desestímulo pode levar a uma alta do boi gordo, mas pode ser tarde para que o confinador coloque animais no cocho. Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha. 26 de fevereiro de 2009.
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