A compra do confinamento McElhaney em Welton, Arizona (EUA), pela JBS terá pouco impacto nos mercados físico e futuro, na avaliação de analistas ouvidos pela Agência Estado. A aquisição, anunciada ontem à noite, foi vista como um movimento a mais dentro do processo de verticalização da maior companhia mundial de proteína animal, já que a JBS tem uma unidade de abate em Tolleson, também no Arizona.
“Fica tudo igual, mas é bom para a companhia, pois o confinamento ajudará a abastecer a unidade local, e nem foi um preço significativo”, disse um operador de mercado. Pela aquisição da unidade, com capacidade para 130 mil bois e com uma fábrica de rações, a JBS pagará US$24 milhões.
Maria Gabriela Tonini da
Scot Consultoria, avaliou que, se o impacto da compra no mercado norte-americano é restrito, “aqui no Brasil é zero”. Segundo a analista, a aquisição já era esperada pelo mercado e faz parte do plano de expansão da JBS. “Não é nada muito diferente do que já havia sido visto, mas é outro passo do gigante”, afirmou
Maria Gabriela.
Já o diretor-técnico da AgraFNP, José Vicente Ferraz, também considerou a aquisição do confinamento no Arizona pequena, diante do gigantismo da JBS. O analista, no entanto, alertou que as companhias de proteína animal, entre elas a JBS e a Marfrig, têm dois desafios diante do robusto crescimento nos últimos anos: “é preciso funding para bancar esses investimentos e, principalmente, uma capacidade de administrar todo esse crescimento, senão vira um ajuntamento de empresas e eu
nunca vi isso dar certo”, afirmou.
Os investidores parecem não ter se animado com a aquisição. Após uma leve alta no começo do pregão, os papéis da JBS recuavam 0,79%, há pouco, na Bovespa, ante uma queda de 1,07% do índice geral.
Fonte:
Agência Estado. Por Gustavo Porto. 1 de julho de 2010.
<< Notícia Anterior
Próxima Notícia >>