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Scot Consultoria

Estrangeiro pressiona alta de preço da terra


Segunda-feira, 5 de julho de 2010 - 14h50

Grupos de investidores estrangeiros, principalmente argentinos e chineses, aquecem o mercado de terras brasileiro. De acordo com Ricardo Viana Lopes, zootecnista e analista da Scot Consultoria, as regiões mais procuradas são o sudeste do Piauí, Maranhão, Bahia e Tocantins. “Mesmo com a queda nos preços da soja e do milho, grupos como o Los Grobo veem na região do cerrado potencial de valorização”, afirma. Para o analista, os preços mais baixos, se comparados à Região Sul do País, e à boa produtividade na área de cerrado, na nova fronteira agrícola, conhecida como Matopiba, são os atrativos. Segundo Lopes, em Balsas, no Maranhão, quando as terras agrícolas estão prontas para a produção, o hectare pode atingir R$5,1 mil. “Os negócios devem continuar aquecidos, com tendência de alta”, prevê o analista, acrescentando que a infraestrutura das estradas e a proximidade com centros urbanos também incidem na valorização das terras. As áreas para pastagens, dependendo da qualidade e volume de chuvas, segundo o analista, são comercializadas entre R$400 e R$1,5 mil o hectare. “O Matopiba, ao contrário de estados como Pará e Rondônia, sofre menos pressões ambientais.” Estatística da AgraFNP mostra que a valorização média das terras em Tocantins, em 36 meses, no período de maio e junho de 2007, a março e abril de 2010, foi de 68,1%, e em 12 meses, de 2009 a 2010, de 17,9%. No mesmo período, em 36 meses, no Piauí, as terras valorizaram 70,1%, e em 12 meses, 2%. Já no Maranhão, o valor do hectare avançou 54,1%, em 36 meses, e 16,8%, em 12 meses. Segundo Lopes, o preço médio das terras brasileiras variam entre R$4 mil e R$5 mil por hectare. No entanto, em Santa Catarina, o hectare para pastagem é vendido em média a R$13 mil. Para grãos, o valor médio é de R$21 mil por hectare. “Em Joinvile e Blumenau as terras podem custar R$50 mil o hectare”, diz Lopes. De acordo com Jacqueline Bierhals, gerente de Agroenergia da AgraFNP, o volume mínimo de investimento realizado por um grupo, por exemplo, de 20 estrangeiros no País, gira em torno de US$2 bilhões. “Toda vez que vejo negócios envolvendo estrangeiros, os investimentos estão sempre acima de US$50 milhões por grupo”, comenta. Além da Argentina e da China, a gerente aponta ainda a Austrália, Nova Zelândia, Coreia e Japão como países que também estão de olho no potencial produtivo das terras no Brasil. Para Lopes, as notícias sobre um possível bloqueio brasileiro à aquisição de terras agrícolas por grupos internacionais, não vai se concretizar. “Pode ocorrer nova limitação ou sobretaxa”, pondera. Fonte: DCI. Agronegócio. Por Alécia Pontes. 5 de julho de 2010.
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