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Scot Consultoria

Embarque em outubro aponta ritmo de queda


Sexta-feira, 7 de novembro de 2008 - 10h58

Apesar da receita maior, a exportação de produtos do agronegócio recuou 21% em volume embarcado na comparação com igual mês de 2007. Produtos importantes na pauta de exportações, como carnes, sucos de fruta e madeira lideram as quedas. A menor oferta de crédito aos importadores internacionais e as incertezas em relação ao comportamento do consumo estão sustentando o comportamento de retração “preventiva”, que o mercado costuma chamar de negócio “da mão para boca”. Assim, para novembro, a previsão de analistas é que a retração na balança do agronegócio se mantenha até o cenário mundial mostrar mais clareza. Os produtos de maior valor agregado devem ser os mais afetados, tais como as carnes, na avaliação de Marcos Fava Neves, professor da Faculdade de Economia, Administração da Universidade de São Paulo (USP). “É mais fácil ao consumidor racionar o consumo de carne, que custa mais, do que o de açúcar, por exemplo”, compara Neves. Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria, conta que o ritmo de fechamento de novos contratos de exportação de carne bovina para os próximos meses está lento, movimento que deve continuar refletindo nas estatísticas oficias. “A crise estourou agora, não se sabe como a demanda vai se comportar e ninguém quer ficar com carne no estoque, ainda mais com os preços da carne em queda”, avalia Rosa. Ele relata que, no último mês, o recuo no preço da carne no mercado internacional ficou entre 20% e 30%. “O importador, diante das incertezas, está comprando o estritamente necessário e pressionando o exportador a baixar preços”, arremata o especialista da Scot. Luiz Carlos de Oliveira, diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), diz que a entidade ainda não tem uma avaliação sobre o ritmo de negócios de exportação, o que deve ser feito até a próxima semana. Em outubro, os embarques em volumes de carne bovina in natura recuaram 15% para 89 mil toneladas. No acumulado até outubro, o recuo das exportações desse item é de 18%. As exportações de madeira e couro, muito afetadas pela crise imobiliária nos Estados Unidos, vêm caindo desde o início do semestre. Em outubro voltaram a recuar, no caso da madeira, 24% em volume e 21% em receita e, de couro, 18%, tanto em volume como em receita. Os embarques totais do agronegócio somaram US$6,6 bilhões em outubro, ante os US$6 bilhões de igual mês de 2007, mas em volumes, caíram de 10,4 milhões de toneladas para 8,2 milhões de toneladas. No acumulado do ano o crescimento ainda se mantém e é de US$61,9 bilhões, ante os US$48,8 bilhões de janeiro a outubro de 2007, 26% de alta. O acumulado do superávit na balança comercial do agronegócio é de US$51,9 bilhões, ante os US$41,7 bilhões de 2007. Neves, da FEA/USP, diz que o principal problema dessa crise é a falta de confiança em um cenário de melhora. Isto, segundo ele, traz retração de consumo, mesmo entre os que podem continuar consumindo. “Quanto mais cedo for retomada a confiança no sistema financeiro mais cedo o mundo sairá dessa. O medicamento aplicado está superior à necessidade, ou seja, quem pode consumir está deixando de fazê-lo por preocupação e isso causa um efeito espiral negativo”, avalia o especialista da USP. Fonte: Gazeta Mercantil. Agronegócio. Por Fabiana Batista. 7 de novembro de 2008.
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