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Scot Consultoria

Índice de abate de vacas é alto em algumas regiões da Bahia


Segunda-feira, 1 de setembro de 2008 - 12h17

Se a matança continuar, a Bahia não terá mais gado para reposição. Nos últimos meses, os frigoríficos do estado têm abatido muito mais fêmeas que machos - alguns com índices de 70% -, o que tende a reduzir o plantel. Um estudo da Scot Consultoria mostra que o nível de segurança é 42% - acima disto, há decréscimo no rebanho e, abaixo, crescimento. “Eu nunca vi nada parecido”, diz o gestor da Captar Agrobusiness, Almir Morais Filho. Segundo ele, no Oeste da Bahia o índice de fêmeas descartadas é muito grande. Uma das explicações para o abate das vacas, na sua avaliação, é que a seca teria prejudicado a prenhez das vacas, além do fato de o preço do bezerro, no ano passado, ter ficado em um valor muito baixo. Há seis meses no Frigobarreiras, o gerente-comercial Marcelo Medeiros, diz que o índice de abate de fêmeas na unidade está em 70%. Segundo ele, a explicação é que o estado vendeu muito boi magro para outras localidades e ficou sem oferta para o abate. O proprietário da empresa, no entanto, afirma que o índice é de apenas 40%. Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado da Bahia (Sindicar), Júlio César Melo Farias, diz que o abate de fêmeas superior ao de macho pode ser algo pontual, de uma região específica. Segundo ele, as indústrias que são fiscalizadas estão abatendo do 85% de machos. “Mas existe um limite de tolerância em relação à prenhez”, afirma. Segundo ele, o abate de fêmeas não é grande no estado porque o consumidor não gosta da carne da vaca, que é mais gordurosa. Preço O fato é que a diferença de preço entre o boi e a vaca é de cerca de R$10,00 por arroba. Uma fêmea é abatida a R$67,55 a arroba - variação de 14% no ano - enquanto um macho é vendido a R$76,00 a arroba (19% de alta, na mesma comparação). “O preço do bezerro demorou para subir na Bahia e isso estimula o descarte de fêmeas”, afirma Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. Quando a comparação é o bezerro, a Bahia ainda tem o melhor preço do País - a cotação mais baixa é que teria estimulado a venda para outros estados, segundo analistas de mercado. Estudo da Scot Consultoria mostra que em agosto, o animal jovem custava R$650,00 nos campos baianos e R$772,00 nas fazendas de Mato Grosso do Sul, uma diferença de 16% a favor da Bahia (preço mais barato). Apesar de ainda estar a um valor mais baixo na comparação com outros estados, o bezerro baiano já teve valorização acima do sul-matogrossense: 63% ante a 50%, desde o início do ano, de acordo com a Scot Consultoria. Mortalidade O estudo da Scot Consultoria sobre o nível de abate de fêmeas considerou a mortalidade do rebanho tanto por abate quanto natural e índices de natalidade e de desfrute. Foi a partir destes parâmetros que a empresa chegou ao nível de 42%. Apesar de o rebanho brasileiro passar por um período de crise de oferta, Rosa acredita que, pelos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao abate, o índice nacional está acima dos 42%. No entanto, ele lembra que há muito abate clandestino, não mensurado. “Só saberemos o valor real quanto o informal diminuir e não atrapalhar na estatística”, afirma. Na avaliação do analista a partir de agora, com a recuperação do preço do bezerro, os abates de fêmeas diminuam. “Mas, neste ano, no informal o número de fêmeas abatidas é maior que no formal”, acredita. Rosa diz que talvez para 2008 o Brasil chegue ao ponto de equilíbrio estimado pela Scot Consultoria. Segundo ele, se os valores praticados até 2007 continuassem, em 2017, pelos cálculos da consultoria, o Brasil não teria mais fêmea para a reposição do plantel. Fonte: Gazeta Mercantil. Agronegócio. Por Neila Baldi. 1 de setembro de 2008.
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