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Scot Consultoria

Preço do boi gordo no Brasil encosta no dos Estados Unidos


Sexta-feira, 13 de junho de 2008 - 11h13

O valor pago pelo boi gordo no Brasil está tão alto quando o pago nos Estados Unidos. Em junho, a arroba do animal brasileiro, em São Paulo, vale US$55,00, enquanto no país da América do Norte, US$58,50. A tendência, segundo estudo da Scot Consultoria, é que, nesta entressafra, a cotação do produto no Brasil supere o dos Estados Unidos, pois o ciclo pecuária aqui é de baixa oferta. Tradicionalmente a diferença entre os dois países chegava a quase US$30,00 por arroba. Na média do acumulado no ano, a diferença está em US$13,29 por arroba. Mas, em alguns lugares do Brasil, o valor praticado já supera o dos Estados Unidos. Além de alcançar o boi americano, considerado um dos mais caros do mundo, o valor cobrado no Brasil também está com uma diferença grande em relação aos vizinhos do Mercosul. Se antes, em dólar, havia empate ou uma leve vantagem brasileira de até US$5,00 a mais por arroba, agora a diferença chega a US$20,00 por arroba. Atualmente, na Argentina, a arroba do animal sai a US$34,55, enquanto no Uruguai, a US$43,50 . A causa de tamanha diferença, segundo o analista Fabiano Tito Rosa, da Scot Consultoria, está na valorização do preço no Brasil em relação a seus concorrentes. Em um ano, em dólar, o valor pago pelo animal no País aumentou 89,2%, enquanto nos vizinhos do Mercosul a variação ficou entre 36% e 42%. Por outro lado, nos Estados Unidos, a arroba praticamente ficou estável em relação ao ano passado. Rosa explica que, além da questão cambial, houve também a valorização da arroba em reais. "Estamos muito acima de nossos concorrentes e, com isso, perdendo a nossa competitividade em preço", avalia o analista da Scot Consultoria. Para ele, o que pode ocorrer é um efeito nas exportações brasileiras - que já estão em queda. A previsão da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec) é que o volume passe de 2,5 milhões de toneladas para 2 milhões de toneladas - redução de 20%. "Por outro lado, isso aumenta a atratividade do mercado interno". Rosa lembra que o boi nos Estados Unidos é mais caro por causa do sistema de produção - confinamento -, porque são os maiores consumidores de carne do mundo e também porque há subsídio. Para o economista Fábio Silveira, da RC Consultores, é exatamente o emprego de subvenção que faz com que as duas pecuárias não possam ser comparadas. Ele lembra ainda que parte da diminuição da diferença é a questão cambial. O sócio-diretor da Agripoint, Miguel Cavalcanti, não acredita que o Brasil possa perder mercado por conta desse preço do boi mais caro. "Em um quadro como o atual, a tendência é que o principal país fornecedor seja o formador de preço", diz. Além disso, de acordo com ele, os Estados Unidos não concorrem diretamente com o Brasil e os vizinhos do Mercosul também não têm oferta de gado. "É mais fácil o preço deles subir que o nosso cair". Ele lembra que, em todo este ano, o País tem conseguido repassar, em parte o aumento do preço do boi gordo, com sucessivos aumentos nos preços médios embarcados. "O mercado tem testado os limites mês a mês", afirma. No mês passado, de acordo com dados da Abiec, o preço médio da carne bovina "in natura", por exemplo, valorizou-se 49% em relação ao mesmo período de 2007 e a industrializada, 28%. "Um dos principais fatores para esta elevação nos valores pagos pelo boi é o aquecimento do mercado interno frente à oferta", afirma Cavalcanti. Segundo ele, de janeiro a maio, o abate caiu 20%. Fonte: Gazeta Mercantil. Agronegócio. Por Neila Baldi. 13 de junho de 2008.
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