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Scot Consultoria

Dez Estados e o DF recebem status de área livre de aftosa


Terça-feira, 27 de maio de 2008 - 16h29

Decisão de entidade mundial tende a ajudar a retomar mercados; SP mira Chile No curto prazo, negócios na pecuária de corte persistem aquecidos; mercado futuro prevê arroba a R$ 97, alta de 17% ante os US$50 atuais. A OIE (Organização Mundial de Saúde Animal) anuncia em Paris, hoje, dez Estados e o Distrito Federal como áreas livres de febre aftosa com vacinação, disse ontem o ministro da Agricultura e Pecuária, Reinhold Stephanes, que participou de almoço-debate com empresários em São Paulo. A entidade, que conta com mais de 160 países, realiza hoje sua 76ª Sessão Geral plenária. De acordo com relato do secretário de Defesa Agropecuária, Inácio Kroetz, o país retoma o reconhecimento sanitário de outubro de 2005. A exceção é Mato Grosso do Sul, justamente o Estado em que houve focos da doença naquela época. Segundo o governo, a lista dos Estados que devem receber o reconhecimento da OIE inclui Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe e Tocantins. A Comissão Científica para Doenças dos Animais da OIE pediu informações adicionais sobre a pecuária sul-mato-grossense. A Folha apurou que foram solicitados dados mais minuciosos a respeito da movimentação do rebanho na região de fronteira no Estado. O governo espera que em 60 dias a OIE faça nova análise e que Mato Grosso do Sul também possa ser reconhecido como área livre de aftosa com vacinação. "Infelizmente o Estado ficou para trás", afirma Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira e pecuarista em Naviraí (MS). Conseqüências Para o ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes, atualmente conselheiro da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne) e do JBS-Friboi, maior frigorífico do país, a decisão da OIE "não deve ter efeito comercial relevante, apesar de, do ponto de vista sanitário, ser uma boa notícia". Ontem o preço da arroba bateu em R$83 no interior de São Paulo, o equivalente a US$50. O setor sempre trabalhou com US$20 como "referência histórica". Levantamento da Scot Consultoria mostrou que, neste ano, o valor médio da tonelada da carne bovina exportada superou US$2.000 pela primeira vez na década. O mercado espera novas altas. O contrato de outubro, mês que costuma registrar o auge da entressafra na Bolsa de Mercadorias & Futuros, ruma a R$97, diz José Vicente Ferraz, diretor técnico da AgraFNP. O secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João Sampaio, que acompanha a reunião da OIE em Paris, concorda com que a decisão tem pouco impacto imediato no mercado, aquecido por a oferta ser restrita, mas que o novo status sanitário representa "um passo importante". Oportunidade Para São Paulo, abre-se a oportunidade de retomar vendas para o Chile e para a União Européia. Segundo o secretário, em 2005 os chilenos importaram 70 mil toneladas de carne bovina do Estado. No ano passado, foram 6.500 toneladas do Rio Grande do Sul. No período, as empresas chilenas se supriram no Paraguai, no Uruguai e na Argentina. Com relação ao Chile, Pratini de Moraes diz que "as razões comerciais têm se sobreposto às sanitárias". O reconhecimento como área livre de aftosa com vacinação facilita ainda a busca de mercados com alguma restrição à carne brasileira, afirma Sampaio. "Sempre é bom não haver vetos", diz Antenor Nogueira, presidente do Fórum da Pecuária de Corte da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). "É um argumento a mais nas negociações internacionais", diz José Vicente Ferraz, da AgraFNP. O ministro Reinhold Stephanes espera também que mais fazendas sejam habilitadas para exportações à União Européia. Fonte: Folha de São Paulo. Dinheiro. Por Gitânio Fortes. 27 de maio de 2008.
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