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Scot Consultoria

Custo de produção sobe mais que preço do boi gordo


Quinta-feira, 17 de abril de 2008 - 09h27

O pecuarista brasileiro está gastando mais para produzir carne. Levantamento da Scot Consultoria, feito a pedido da Gazeta Mercantil mostra que, em um ano, o sal mineral foi o insumo que registrou a maior valorização nos preços - acima do aumento na cotação da arroba do boi gordo. O item foi também o que mais subiu no acumulado de 2008. Mais uma vez acima do registrado para a venda do animal. "Isso significa que, mesmo ganhando mais o pecuarista está perdendo poder de compra", diz a analista da consultoria, Maria Gabriela Tonini. Ela explica que a pesquisa sobre a suplementação mineral foi feita com 20 empresas do setor, em mais de 83 produtos e que, o valor é uma média, pois teve marca cujo preço variou cerca de 140%. Os insumos pesquisados pela Scot Consultoria: concentrados, fertilizantes, defensivos e sal mineral, respondem por quase a totalidade dos custos da produção pecuária - excetuando-se a compra do animal, que representa entre 70% a 75% dos gastos. A analista lembra ainda que, além dos insumos, a mão-de-obra foi reajustada, por causa do salário mínimo, e os combustíveis. De acordo com Maria Gabriela, a variação dos preços do sal mineral muito superior aos demais insumos da pecuária se deve ao problema de oferta que ocorreu com o fósforo, matéria-prima para estes insumos e que também serve para a produção de fertilizantes. Ou seja, além da oferta restrita, houve a disputa com a agricultura. Isso explica também porque o segundo insumo que mais subiu foi o fertilizante (usando para as pastagens). No período de 12 meses, a valorização foi de 54,75% e, em 2008, de 25,5%. No mesmo período o preço do boi gordo, apesar de mais alto, não acompanhou o aumento dos custos. Segundo o levantamento da Scot Consultoria, em 12 meses, a arroba em São Paulo valorizou-se 36,70% e, desde janeiro, 3,9%. Quando comparado com o mês passado, os valores pagos pelo sal mineral - que representa entre 5% a 10% dos custos, dependente da tecnologia empregada. Em relação ao mês passado, a suplementação mineral está 5,6% mais cara, enquanto o boi gordo teve aumento de preço de 1,2%. Segundo o levantamento da empresa, o sal mineral vem registrando fortes altas de preços principalmente desde novembro, movimento que se acentuou de janeiro para cá. "Está havendo um repasse do custo da matéria-prima porque está difícil de encontrar fosfato. Mas se o boi não estivesse em um momento de preço firme, seria menor o repasse", afirma a analista. Segundo ela, as empresas afirmaram que ainda haverá novos repasses. Maria Gabriela lembra que para aqueles que fazem recria ou engorda há ainda custos adicionais em alta. De acordo com o levantamento da Scot Consultoria, o valor do bezerro, por exemplo, subiu 28,22% em 12 meses e 4,78% desde janeiro. Por sua vez, o boi magro valorizou-se 18,08% em 12 meses e 3,51% neste ano. "A oferta de animais está restrita por causa do ciclo pecuário, ocasionado pelo abate de matrizes nos últimos anos", diz. Fonte: Gazeta Mercantil. Agronegócios. Por Neila Baldi. 17 de abril de 2008.
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