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Scot Consultoria

Com demanda reduzida, reter boi no pasto é boa opção


Segunda-feira, 8 de março de 2010 - 09h41

Mercado firme e boas condições dos pastos também favorecem a manutenção dos animais à espera de melhores preços Diante do mercado de boi gordo firme, da demanda reduzida e das boas condições dos pastos, manter os bovinos nas propriedades tem sido uma boa estratégia dos pecuaristas para obter melhores vantagens nas negociações. Para calcular o custo desta opção de maneira simplificada, é preciso levar em conta o valor para o arrendamento de pasto que, no Mato Grosso do Sul, está em R$13,00 por cabeça ao mês. Na região de Campo Grande, um boi de 18 arrobas é vendido a R$1.314,00. Se ele ficar retido durante um mês com o mesmo peso – o que é uma avaliação conservadora – e a arroba tiver uma valorização de R$1,00, o pecuarista teria um incremento de R$18,00 no preço do animal, que já pagaria o aluguel do pasto, com lucro adicional de R$5,00. “Estamos com um mercado firme há um bom tempo, com uma quantidade de animais pequena para abate. E, com as pastagens em boas condições, os custos são pequenos para segurá-los à espera de melhores preços”, afirma a analista de mercado Lygia Pimentel, da Scot Consultoria. A especialista explica que a oferta de bovinos vem se mantendo restrita desde 2006, quando os pecuaristas atravessaram uma forte crise nos preços. Sem ter como arcar com os custos de manutenção dos animais e para recuperar parte das perdas, além dos machos, muitas fêmeas tiveram de ser abatidas. “Na verdade, elas só deveriam ser utilizadas para reprodução. Mas com o tempo, após esse abate, o mercado começou a sentir a falta dos bezerros que essas vacas deveriam ter produzido. E, até hoje, a oferta de animais continua escassa”, detalha Lygia. Exportações Mas nem mesmo a oferta fraca foi capaz de elevar o preço da arroba a patamares atrativos ao produtor. Devido à demanda interna reduzida de consumo, a evolução tem sido menos intensa do que o setor desejava. “O que ajudou um pouco foi o aumento das exportações, já que, em fevereiro, o volume vendido ao Exterior foi 11% maior e o faturamento, 10% superior”, aponta. Atualmente, o valor da arroba varia entre R$77,00 e R$78,00 a prazo, livre de impostos. Embora ainda considerado insuficiente, Lygia destaca que o leve aumento do consumo interno em março, depois do declínio registrado no Carnaval, também deu sua colaboração para que os preços subissem. “Começo de mês é sempre época de recebimento de salário e é quando as pessoas costumam consumir mais carne. Isso faz com que os frigoríficos necessitem repor seus estoques e paguem melhor por isso”, frisa a consultora. No entanto, ela ressalta que o período de Quaresma, época em que o consumo de carne bovina tradicionalmente tende a cair, deve continuar a comprometer o preço da arroba pelo menos até a Páscoa. “O mercado é instável, mas é dessa forma que ele está se comportando neste momento. Por isso, quem apostar no mercado firme pode ter bons resultados”, finaliza. Fonte: Campo News. Por Tisa Moraes. 8 de março de 2010.
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