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Scot Consultoria

Couro amplia exportações, mas desempenho pode ficar abaixo de 2007


Quinta-feira, 11 de março de 2010 - 16h38

Setor espera resultado de feiras na Itália e China para estimar previsão de vendas em 2010 Dados apresentados pelo CICB (Centro das Indústrias de Curtume do Brasil) apontam um crescimento nas exportações de couro de 59,18% nos dois primeiros meses deste ano em relação ao mesmo bimestre de 2009. Os embarques nesse período representam US$234 milhões. Caso confirme esta progressão em 2010, o setor crescerá 27% em relação ao ano anterior, mas ainda não ultrapassará o desempenho alcançado em 2007, quando o setor faturou mais de US$2 bilhões, um dos melhores resultados da cadeia nos últimos anos. Mesmo com o aquecimento nas exportações no primeiro bimestre de 2010, o setor ainda não está totalmente aquecido, conforme analisa o veterinário Hyberville Neto, da Scot Consultoria. “O mercado apresenta pouca movimentação, pois aguarda o resultado de duas importantes feiras do setor. A primeira é a Lineapelle, que acontece em Bologna, na Itália, entre os dias 16 e 18 de março. Já o segundo evento, a Fashion Access, será realizado em Hong Kong, na China, de 29 a 31 de março. Após essas importantes feiras, o mercado sinalizará como deve ser o comportamento do setor para 2010”, aposta o veterinário da Scot Consultoria. Mesmo com o aumento nas exportações de couro tipo wet blue, os pecuaristas ainda reclamam uma remuneração diferenciada pelo produto quando entregam o rebanho aos frigoríficos. “No Brasil Central o couro verde está sendo comercializado com o preço médio de R$1,30. A questão de remuneração do couro ao pecuarista é uma briga antiga, já que o produtor recebe pela carcaça, mas somente ela não paga o boi ao frigorífico. É necessária a comercialização de outros itens, como miúdos, couro e o sebo. Somente com isso os frigoríficos têm uma margem de lucro e fecham seus números positivamente”, calcula Neto. Segundo o especialista da Scot Consultoria, somente com a comercialização da carne de um boi, o valor seria de R$73,88, ou seja, um déficit de 5,03% para uma arroba valendo R$78,00 no mercado. “Quando o mesmo frigorífico vende a carne (com osso), mais o couro e o sebo, o saldo é positivo, com a arrecadação de R$78,07. Já com a comercialização da carne (com osso), couro, sebo e os miúdos, o lucro salta para R$89,77. Neste caso, a rentabilidade é de 15%. Se a carne for sem osso, o valor sobe para R$93,73 (20%)”, observa Neto, sem considerar outros custos administrativos, sendo os valores apenas referentes à margem de comercialização. Mercado internacional Para os executivos do CICB, a retomada das exportações brasileiras é inibida pela supervalorização do Real e pela lenta recuperação nos importantes mercados de consumo dos Estados Unidos, da Europa e do Japão. Além disso, os mercados domésticos da Ásia ajudam na recuperação, já que as exportações daquele continente foram afetadas pela crise. Em 2009, a indústria curtidora movimentou US$1,16 bilhão, contribuindo em 7% para o saldo da balança comercial brasileira. Em fevereiro, os embarques foram de US$130 milhões, representando um aumento da ordem de 75,68%, ante o mesmo mês do ano passado e de 25% em relação a janeiro de 2010. Para este ano, segundo a expectativa do CICB, as exportações devem render US$1,5 bilhão. Fonte: Campo News. Por Bruno Sales. 11 de março de 2010.
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