O aumento da oferta de leite em várias regiões do país já começa a pressionar as cotações ao produtor e a tendência é de que esse movimento se intensifique a partir de agora. De acordo com levantamento da
Scot Consultoria, em setembro, o produtor nacional recebeu, em média, R$0,733 por litro de leite entregue em agosto. No mês anterior, havia recebido R$0,758 por litro.
Rafael Ribeiro, analista da
Scot, afirma que a queda dos preços é reflexo do fim da entressafra e do aumento da oferta de leite em regiões de produção do Centro-Oeste e Sul. Nesse quadro, diminuiu a disputa pela matéria-prima por parte dos laticínios.
As chuvas também têm favorecido as pastagens para o gado. “Julho, agosto e setembro foram chuvosos. Daqui para frente, é temperatura e luz”, diz. Esses elementos melhoram as condições das pastagens, estimulando o maior produção pelas vacas.
Os preços do leite longa vida voltaram a cair pelo terceiro mês consecutivo, segundo a
Scot. No varejo, saíram da média de R$2,06 por litro em agosto para R$1,92 em setembro. No atacado, a queda também foi significativa, de R$1,68 para R$1,58 por litro.
Para
Rafael Ribeiro, os preços mais baixos do leite longa vida podem vir a estimular o consumo, impedindo uma queda mais brusca das cotações.
Na avaliação da
Scot, outro fator que deprime os preços no mercado interno é o leite em pó importado da Argentina e do Uruguai. Já foram feitos acordos com os países para tentar coibir que volumes muito altos sejam destinados ao Brasil.
Fonte:
Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amara Rocha. 25 de setembro de 2009.
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