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Scot Consultoria

Queda de margem favorece aquisições entre frigoríficos


Quarta-feira, 2 de janeiro de 2008 - 13h25

Este ano será favorável as aquisições de plantas frigoríficas no Brasil por valores mais baixos do que os negociados em 2007. A expectativa dos empresários do setor é que os ativos voltem aos preços vigentes antes do processo de abertura de capital das empresas - quando chegaram a dobrar de valor. A desvalorização, no entanto, não deve chegar ao mesmo nível do custo da construção de uma nova unidade. Uma planta frigorífica em 2008 deverá custar, pelo menos, 10% mais que o investimento necessário para a construção de uma nova. Hoje, o prêmio está entre 50% e 70%. "Espera-se um resultado da indústria pior que nos últimos dois anos. O preço do boi disparou em 2007 e as margens dos frigoríficos estão ficando cada vez mais apertadas", afirma Fabiano Tito Rosa, analista da Scot Consultoria. "Esse impacto pode favorecer a queda dos ativos". Mas Tito Rosa ressalva que se o maior interesse das grandes empresas em comprar ativos dos concorrentes continuar expressivo, pode ser que o mercado de aquisições continue aquecido e, com isso, acabe não ocorrendo essa desvalorização prevista. Pelos cálculos de Rosa, a construção da planta de um novo frigorífico com capacidade de abate de entre 1 mil e 1,2 mil cabeças de gado por dia em conformidade com as novas exigências sanitárias feitas pela União Européia representa um custo de entre R$90milhões e R$100 milhões. Mas se a decisão for para adquirir uma planta já instalada, a operação poderá ficar até 70% mais cara, segundo José Vicente Ferraz, diretor da AgraFNP. A dificuldade para que essa hipótese se concretize, segundo afirmam alguns analistas de mercado, é que existem poucas unidades disponíveis dentro dos padrões sanitários exigidos pela União Européia. O que contribui para aquecer esse mercado de aquisições é a necessidade de os grandes frigoríficos atenderem as exigências sanitárias da União Européia. Segundo Rosa, o tipo de empresa mais cobiçado pelas grandes empresas do setor está localizado nas regiões Centro-Oeste ou Sudeste do País. Ferraz acredita que haverá uma desvalorização dos ativos porque, segundo ele, a falta de oferta de matéria-prima colocará em xeque a estratégia de aumentar os abates. Na sua avaliação, talvez os preços não retornem aos patamares anteriores à abertura de capital das empresas, mas fiquem pelo menos somente 10% acima dos valores de construção. "As empresas estavam pagando um prêmio alto", diz Ferraz. Ele acredita que a oferta de frigoríficos vai crescer no ano que vem, principalmente em regiões onde se observa a migração de rebanho: Paraná, São Paulo e Minas Gerais. "Mas pode não ter comprador pois os de pequeno porte estão mal localizados", conclui. Ferraz diz que a dificuldade de comprar matéria-prima e os altos preços vão fazer as margens das indústrias ficarem comprimidas ou até negativas. "Algumas empresas podem passar por dificuldades", acredita. Para o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Pessoa, tudo vai depender da conjuntura do mercado. "A simples notícia da mudança dos critérios da União Européia já gerou queda nos preços das ações dos frigoríficos exportadores. Se o mercado sinalizar maiores dificuldades, os preços dos ativos vão cair em 2008", afirma Pessoa. Opinião diferente tem o analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado. Ele não acredita que as plantas de frigoríficos voltadas para a exportação possam ter seus preços desvalorizados porque a demanda mundial por proteína animal é grande. "Como o setor carnes tem demanda agressiva, acho difícil", diz. Fonte: Gazeta Mercantil. Caderno C. Por Neila Baldi. 2 de janeiro de 2008.
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