Preços dos fertilizantes disparam no primeiro trimestre de 2010

Especialistas acreditam que principal motivo é aumento na demanda Os preços dos fertilizantes dispararam nos primeiros meses deste ano. De acordo com a Scot Consultoria, em fevereiro os fosfatados subiram 10% em relação a janeiro. Especialistas acreditam que o principal motivo é o aumento na demanda. O preço do enxofre, principal matéria prima para os adubos fosfatados, quadruplicou. Em dezembro a tonelada do produto valia US$75 no mercado internacional. Atualmente, a mesma quantidade é comercializada por US$285. O Brasil não produz enxofre e consome uma grande quantidade de fosfatados nas lavouras de soja, milho e arroz. A matéria-prima ficou mais cara porque a demanda mundial cresceu, resultado da safra recorde de grãos na América do Sul e nos Estados Unidos. A consultora de agronegócio Elisabeth Chagas explica que com preços altos a indústria brasileira opera com estoques apertados. De acordo com a Associação dos Misturadores de Adubo (AMA), além do aumento na demanda mundial por fertilizantes, outro fator influencia os preços. É o inverno rigoroso no Hemisfério Norte, que eleva o consumo de energia para os aquecedores. Dados do Cepea indicam que, em fevereiro do ano passado, eram necessárias 36,5 sacas de 60 quilos de soja para comprar uma tonelada do fertilizante monoamônio fosfato, o Map, em Mato Grosso. No mês passado, a relação subiu para 46 sacas por tonelada e deve crescer ainda mais. Outro levantamento, da Scot Consultoria, aponta alta de 10% nos produtos fosfatados entre fevereiro e março. No mesmo período, os nitrogenados ficaram 4% mais caros. De acordo com a indústria, os preços dos fertilizantes não devem recuar. — Não deve voltar a US$1,2 mil dólares, mas desta faixa de US$500 não deve sair — disse o presidente da Ama, Carlos Eduardo Florence. Já a consultora Elisabeth Chagas acredita que a estratégia da indústria brasileira de atrasar a compra da matéria-prima pode resultar em queda nos preços nos próximos meses. Fonte: Canal Rural. Por Núria Saldanha. 18 de março de 2010.
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