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Scot Consultoria

Leite caro estimula compra de vaca


Quinta-feira, 9 de agosto de 2007 - 12h19

Produtor volta a investir na atividade; procura maior eleva a cotação dos animais em 30%. A alta do preço do leite estimulou o produtor a voltar a investir na atividade. Com isso, as cotações das vacas leiteiras subiram, em média, 30% desde o início do ano - abaixo da variação do litro do produto ao pecuarista e ao consumidor. A procura pelos animais também aumentou, com vendas em seis meses equivalentes a todo 2006. Desde janeiro o litro do leite ao produtor valorizou-se cerca de 40% e mais de 60% ao consumidor, na média de consultorias. De acordo com os dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a inflação no período foi de 2,6% e a variação dos preços dos lácteos - leite e derivados - em 38,06%. "Neste ano há uma procura maior por animais pelo fato de o leite ter subido", diz o pecuarista José Valmir Amâncio, de Patos de Minas (MG), que todos os anos comercializa cerca de 60 animais, em três ofertas distintas. Em 2007, foram apenas duas ofertas, com 72 animais comercializados. Pelos seus cálculos, os animais valorizaram-se 60% em relação a 2006. Segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Gado de Leite), em junho do ano passado os animais cruzados valiam R$1,8 mil. Neste ano, eram cotados a R$2,1 mil. Pelas estimativas da Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Holandesa, uma vaca registrada tinha o seu preço em média oscilando entre R$3 mil a R$4,5 mil no início deste ano. Hoje estão entre R$4,5 mil a R$6,5 mil - variação de mais de 40%. "Em meio ano vendemos mais animais que no ano passado todo", afirma Aguinaldo Sérgio Lélis, diretor da Embral Leilões. Segundo ele, as ofertas tiveram de ser antecipadas em quase dois meses, devido à procura e, desde janeiro, a empresa já vendeu cerca de 13 mil vacas - foram 12,8 mil animais em todo 2006. Lélis explica que, a procura elevou os preços das fêmeas. Uma vaca valia entre R$2,5 mil a R$3 mil em janeiro e hoje é comercializada entre R$3,5 mil a R$4 mil. O diretor da Embral Leilão acrescenta que, em outros anos o predomínio da oferta era de liquidação de plantéis e atualmente a oferta de criadores é quase igual a dos descartes. O pesquisador Gustavo Beduschi do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP) explica que a redução da oferta e a alta no mercado internacional impulsionaram as cotações do leite. "A alta seguirá até o limite do consumidor", afirma. De acordo com a analista Cristiane de Paula Turco, da Scot Consultoria, no mês passado já houve indicação de indústrias de que o consumo pode diminuir. Algumas empresas, que passaram os últimos meses sem estoque teriam volume para três dias. Fonte: Gazeta Mercantil. Por Neila Baldi. 9 de agosto de 2007.
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