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Scot Consultoria

Apenas São Paulo e Minas devem manter a área de milho


Quarta-feira, 15 de setembro de 2010 - 14h46

São Paulo e Minas Gerais devem ser os únicos estados a manter ou até aumentar a área de cultivo de milho para a temporada 2010/2011. De acordo com Paulo Roberto Molinari, economista e analista da Safras & Mercado, estaria prevista uma redução de 10% a 15% de plantio do cereal nessas regiões. Os dois estados juntos respondem por 19% da produção nacional de milho. Estatística da Scot Consultoria aponta um volume produzido na safra 2009/2010 em São Paulo de 4,54 milhões de toneladas de milho, e em Minas Gerais de 6,08 milhões de toneladas. A alta nos preços do grão registrada neste segundo semestre de 2010 e a falta de alternativa dos dois estados para outra cultura devem motivar os agricultores locais a investir no milho. “Como esses estados plantam no fim de setembro e início de outubro é possível que o produtor reverta e plante mais milho”, diz Molinari. A estiagem na Rússia e na Europa, que derrubou a oferta de trigo, acabou por inverter o cenário do milho no Brasil, elevando as cotações. A queda na produtividade do milho norte-americano, segundo Molinari, também tem sido outro fator preponderante na sustentação das cotações no mercado externo e interno. Segundo Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot, hoje a saca de 60 quilos de milho em Campinas gira em torno de R$22,00. No início do ano, a saca que custava R$20,00, caiu para R$16,00 em meados de abril e maio. “Esse cenário de bons preços também pode contribuir para rever área”, afirma Filho, que aposta ainda em outra leve alta nos preços do grão nas próximas semanas. “Os valores devem se manter, mas ainda pode chegar a R$23,00”, afirma. Já o indicador da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), Campinas, subiu 3,4% entre os dias 6 e 13 de setembro, fechando, na última segunda-feira, dia 13, em R$23,80 a saca de 60 quilos. Levantamento da Safras mostra que a produtividade do milho nos Estados Unidos - que está com 11% da safra colhida - caiu nesta semana para 162,5 bushels por acre contra 165 na sexta-feira. Em outros estados no Brasil, no sul do País, a tendência ainda é de redução de área. De acordo com João Carlos Werlang, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), o Rio Grande do Sul deve recuar 20% o plantio de milho. “O produtor está receoso com a previsão de interferências climáticas do La Niña. O milho precisa de água”, afirma Werlang. Para o presidente da Abramilho, no País o recuo total na área de milho deve ficar entre 15% e 20%. A escassez de trigo na Europa, de acordo com Luiz José Fraga Moreira Traldi, diretor de planejamento estratégico da Milenia Agrociências, faz com que o país priorize o trigo restante para a alimentação humana, o que deve culminar em falta de ração. “Isso cria expectativa para exportação do nosso milho”, afirma. O Brasil que já embarca o grão para a Europa, segundo Werlang, pode aumentar substancialmente o volume daqui para frente, embora não tenha quantificado. “Os europeus devem comprar mais milho nosso”, diz. Estatística da Scot para a safra de milho 2009/2010 registra uma produção nacional de 56,12 milhões de toneladas, em 12,93 milhões de hectares. Na safra 2008/2009, o País embora tenha cultivado milho em 14,17 milhões de hectares, a produção não passou de 51 milhões de toneladas. “Na safra 2010/2011 a produção pode ficar em torno de 52 milhões de toneladas, devido a problemas climáticos e atraso nas chuvas”, afirma Filho. PEP A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realiza hoje mais um leilão de milho, na modalidade Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), ofertando 300 mil toneladas do grão de Mato Grosso. Com este leilão - o 12º do ano para a cultura - o total de milho comercializado via Conab, no Estado, chegará a 7,32 milhões de toneladas. No total, são 11 leilões PEP e 1 Prêmio Equalização ao Produtor (Pepro). De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ainda sobra no estado um volume de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de milho e, nos estoques da Conab, ainda restam 2,7 milhões de toneladas do grão Fonte: DCI. Agronegócios. Por Alécia Pontes. 15 de setembro de 2010.
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