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Scot Consultoria

Pastagem diminui, mas rebanho cresce


Quarta-feira, 28 de março de 2007 - 09h20

Grande parte das pastagens virou canavial e o produtor aumentou o confinamento. A área de pastagem brasileira encolheu 1,54% nos últimos cinco anos. No mesmo período, o rebanho nacional aumentou 18,6%, indicando que a pecuária nacional ganhou em produtividade. A previsão é que, apesar da estabilidade registrada em 2006, a superfície com pasto volte a diminuir, em um movimento semelhante ao ocorrido entre 2001 e 2004, quando a atividade cedeu cerca de 6,5 milhões de hectares à agricultura. Isso porque a produção de grãos e de cana-de-açúcar está mais remuneradora. Levantamento da Scot Consultoria mostra que o Paraná, São Paulo e Minas Gerais foram os Estados onde a pecuária mais perdeu áreas nos últimos cinco anos. Nessas regiões a atividade foi trocada pela cana-de-açúcar e grãos, no caso paranaense. "A cana é a grande vilã", diz Fabiano Tito Rosa, analista da consultoria. Nestas regiões, criar gado acaba sendo menos remunerador, uma vez que o preço da terra sobe. Em dois anos, por exemplo, o hectare valorizou-se 38,89% em Barretos (SP) e 88% no Triângulo Mineiro. Entre 2005 e 2006, a área ocupada por canaviais em Minas Gerais aumentou 48,7%. Neste mesmo período, São Paulo perdeu 10,81% da superfície de pastagem - 1,07 milhão de hectares - e a cana-de-açúcar absorveu 790 mil hectares a mais (crescimento de 25,5%). "A pecuária está sendo empurrada para a fronteira", diz Fábio Lucheta Isaac, analista da Scot Consultoria. Na contramão, o Pará, Rondônia e Tocantins tiveram a superfície destinada à pastagem aumentada nos últimos cincos anos. "Os Estados do Norte tiveram crescimento e São Paulo retração em função da cana e laranja. A pecuária sempre cresce em área de fronteira agrícola", afirma Isaac. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2000 e 2005, o rebanho nestes Estados aumentou 75,8%, 100% e 30%, respectivamente. Isaac lembra que a recuperação da agricultura deve dar início a um novo período de redução de área de pastagem. "A pressão da agricultura e a recuperação dos preços da pecuária podem levar a um aumento no ritmo de tecnologia na pecuária", acredita o analista. Resultados de 2006 No ano passado, a área total de pastagem no Brasil era de 176,45 milhões de hectares, 0,1% superior a de 2005. Foi o segundo ano consecutivo em alta. "Isso não significa que foi um bom momento da pecuária, mas sim de que foi um mau momento da agricultura", afirma Rosa. Apesar da estabilidade verificada na média nacional, mais uma vez houve redução em São Paulo e Minas Gerais - a Bahia também verificou redução (- 1,4%). Destaque para o crescimento verificado em Mato Grosso, onde a superfície destinada ao pasto aumentou 6,2%. Isaac diz que houve incorporação de áreas antes abertas para a agricultura. "Muita gente saiu da pecuária entre 2003/04 e no ano passado resolveu voltar para a atividade", explica Rosa. Segundo Isaac, a área ampliada em Mato Grosso não foi sobre desmatamento uma vez que em 2005 as florestas perderam 714 mil hectares no Estado e no ano passado, 500 mil hectares. Em 2006, as pastagens agregaram 1,26 milhões de hectares em Mato Grosso. "O crescimento da área de pastagem é um dos reflexos da recuperação da pecuária", acredita Isaac. Fonte: Gazeta Mercantil. Caderno C. Por Neila Baldi. 28 de março de 2007.
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