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Scot Consultoria

Escassez de oferta de gado no RS faz frigorífico parar


Segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007 - 09h18

A redução da oferta de gado bovino para abate no Rio Grande do Sul já afeta a operação de frigoríficos no Estado. O Mercosul, o maior do Estado, deu férias coletivas em sua unidade de Bagé por conta da atual escassez na oferta. Procurada, a direção da empresa não retornou as ligações, mas há informações de que teria aproveitado o período de oferta baixa para fazer melhorias na unidade de Bagé. Outros frigoríficos também podem ter de dar férias coletivas se o quadro de escassez de matéria-prima persistir, avalia o presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), Ronei Lauxen. Segundo Lauxen, os frigoríficos gaúchos reduziram o abate, que é de cerca de 170 mil animais/mês, principalmente a partir da semana retrasada. "O boi sumiu no Rio Grande do Sul", afirma Fabiano Tito Rosa, da Scot, acrescentando que hoje o preço no Estado é o maior do país. Em Pelotas, a média para a arroba do boi gordo em fevereiro, até sexta-feira, ficou em R$59,23 contra R$50,50 em fevereiro do ano passado, conforme levantamento da Scot. Lauxen informa que a arroba hoje está em R$63,00 no Rio Grande do Sul, alta de R$3,00 em duas semanas. Em São Paulo, a arroba estava em R$55,00 na última sexta-feira. A razão para a menor disponibilidade está relacionada ao avanço do abate de gado no ano passado e ao crescimento das exportações. Segundo o presidente do Sicadergs, o abate de bovinos cresceu 12% no Estado, para 2,2 milhões de cabeças, para atender à maior demanda para exportação, que aumentou 97% e alcançou 240 mil toneladas em 2006. O Rio Grande do Sul alcançou uma participação de 12% dos embarques brasileiros em 2006 principalmente em função das vendas para Rússia e Chile, que impuseram embargo parcial ao Brasil por causa da aftosa mas mantiveram seu mercado aberto à carne bovina do Estado. Para Lauxen, a exportação de mais de 80 mil bois em pé para abate no Líbano no ano passado também afeta a oferta. Na avaliação de Tito Rosa, da Scot, além da demanda maior por gado, vista já em 2006, a oferta é menor no Estado em decorrência de uma virada de ciclo, resultado de queda nos investimentos e abate de matrizes após casos de aftosa em 2000 e 2001 e da seca que afetou pastagens da região em 2004 e 2005. "Já faltam animais [bezerros] para reposição", afirma Tito Rosa. De acordo com Ronei Lauxen, pecuaristas dizem que as pastagens estão em boas condições para os animais e que encontram dificuldades para fazer a reposição. "Esperamos que o produtor tenha bom senso e deixe de represar a oferta", disse. Para driblar a escassez de gado para abate, o Rio Grande do Sul está tendo de buscar carne bovina desossada em outros Estados do país, à exceção do Mato Grosso do Sul, que teve focos de aftosa em outubro de 2005. Por conta de uma lei estadual, a entrada de gado em pé e carne bovina com osso de outros Estados é proibida no Rio Grande do Sul, que é livre de aftosa com vacinação. Fonte: Valor Econômico. Agronegócios. Por Alda do Amaral Rocha. 12 de fevereiro de 2007.
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