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Scot Consultoria

Moagem tardia de cana em 2011 vai prolongar entressafra


Quinta-feira, 30 de setembro de 2010 - 09h45

Os problemas climáticos poderão comprometer a produção de cana-de-açúcar na safra 2011/2012 no Brasil. Para Arnaldo Luiz Correa, diretor da Archer Consulting, diante dessa previsão de mercado, as usinas devem iniciar a moagem mais tarde para obter maior rendimento. “A preocupação envolvendo as condições climáticas no centro-sul levam a ideia de uma redução de oferta na próxima temporada.” Segundo Narciso Bertoldi, diretor executivo do Grupo USJ, o início tardio da moagem acarreta em um período de entressafra mais longo. De acordo com o executivo, existe a possibilidade de algumas usinas iniciarem no fim de abril. No entanto, a maioria deve começar no fim de março e outras no início de abril. “Não adianta começar cedo. As usinas vão esperar um ATR (açúcares totais recuperáveis) bom e uma maior produtividade”, diz. Ainda segundo Bertoldi, as projeções para o ciclo 2012/2013 devem ser mais otimistas. De acordo com o executivo, o período de entressafra na temporada 2012/2013 deve voltar ao normal, de três a quatro meses. “Daí para frente, as usinas vão conseguir investir em canavial”, afirma. Para o executivo, se em 2011 o clima for igual ao registrado em 2010, em novembro e dezembro o volume de cana-de-açúcar produzido deve ser semelhante ao estimado para essa temporada. No entanto, estudo da Archer aponta uma necessidade de 55 milhões a mais do produto, na safra 2011/2012, para atender a demanda de etanol no mercado interno e de açúcar no interno e externo. “Esse montante, que não estará disponível, vai provocar uma disputa entre açúcar e etanol, pendendo mais para o açúcar porque remunera melhor agora.” Segundo Rafael Ribeiro de Lima Filho, analista da Scot Consultoria, o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), feito neste mês, mostra uma produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2010/2011 de 651,514 milhões de toneladas, ante as 604,513 milhões de toneladas da anterior. Para Bertoldi, a seca rigorosa neste inverno já reduziu esse índice no ciclo 2010/2011 em pelo menos em 5%. “A previsão inicial era de 600 milhões de toneladas, mas está fechando em 570.” Em 2011, de acordo com o executivo, o volume de cana no Brasil deve ficar entre 590 e 600 milhões de toneladas. Se levar em consideração a necessidade de avanço apontada pela Archer e as estimativas de Bertoldi, o déficit de cana no País pode ser de 25 milhões de toneladas, segundo o executivo. Bertoldi considera um avanço anual entre 7% e 8% razoável para o setor. “A safra no Centro Sul não será nada que compense o desconforto mundial”, afirma, se referindo a incerteza da safra indiana. “Isso deixa o mercado nervoso, já que tem demanda firme.” Preços De acordo com dados da Archer, o mercado de açúcar fechou a semana passada em alta. O vencimento outubro de 2010, que expira na próxima semana, encerrou a sexta-feira com valorização acumulada de 77 pontos, o que representa US$17 por tonelada, fechando a 25,38 centavos de dólar por libra-peso. “No acumulado do mês, trata-se de uma variação positiva de 24%”, diz Correa. Já o vencimento para março de 2011 fechou com valorização semanal de 118 pontos, US$ 26 por tonelada, em 24,42 centavos de dólar por libra-peso. Segundo o diretor, o açúcar para entrega em Nova Iorque, nos meses de vencimento da próxima safra, líquida na média de R$ 36,05 por saca posto usina. “Se comparado ao custo médio apurado pela Archer de R$27,15 por saca, o retorno médio do período, sem custo financeiro, é de 32,8%.” Para Correa, não é recomendada uma fixação de venda para a safra 2012/2013. “Consumidores industriais devem ficar atentos às oportunidades de compra ou de seguro, pois nos próximos 18 a 24 meses o caminho será incerto.” Fonte: Jornal O Correio. 30 de setembro de 2010.
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