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Scot Consultoria

Com Embrapa, BR Foods quer captação de leite 12% maior


Terça-feira, 20 de abril de 2010 - 17h43

Depois de firmar parceria no setor de lácteos com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o próximo passo da BRF Brasil Foods é apostar em um acordo complementar com a estatal no setor de aves e suínos. “Já está no ‘forno’. A ideia é agregar ao do leite”, diz Artur Chinelato de Camargo, pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste e gestor do programa Balde Cheio. O objetivo do projeto é levar capacitação técnica aos pecuaristas para alavancar a produtividade e a qualidade do leite brasileiro. Segundo Wlademir Paravisi, diretor-geral da unidade de negócios de lácteos da Brasil Foods, o programa deve atender nessa nova fase 20 propriedades distribuídas pelas quatro regionais onde a empresa atua. “São 12 em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. O restante está no sudeste de Minas, Goiás e Pernambuco”, diz. A Brasil Foods espera ampliar o empreendimento, de acordo com Paravisi, para 600 pecuaristas até o fim deste ano. O programa, criado em 1998, conta com quatro mil propriedades participantes. Segundo Camargo, os resultados na produtividade chegam a superar 1.500%. “A meta é conseguir a maior produção na menor área e diminuir o custo de produção”, diz. De acordo com Camargo, os pecuaristas envolvidos no Paraná e Minas Gerais já produzem em média 250 mil litros por dia. “Se projetarmos essa média aos quatro mil integrantes chegaremos a um milhão de litros de leite por dia”, calcula. Dados da Embrapa apontam que o Brasil produz 1,7 mil litros de leite de vaca por ano. Enquanto a Argentina registra 4,8 mil litros e a Nova Zelândia 5,6 mil litros diários por vaca. “A média brasileira é de uma vaca por hectare, temos potencial de chegar a 10. Em outros países são de duas a três vacas por hectare”, diz Daniel Carrara, gerente nacional de Originação de leite da Brasil Foods. O Ministério da Agricultura e Pecuária e Abastecimento (Mapa) projeta para este ano uma produção nacional de 31,12 bilhões de litros de leite. Para 2020, 37,75 bilhões de litros. Crescimento de 21,30%. O cenário para a pecuária leiteira no Brasil e no mundo é tão promissor, a médio e longo prazo, que a BRF Brasil Foods aposta avançar no setor de captação 12% em 2010. Enquanto o mercado estima crescimento de 3%. “Cerca de 90% dos pecuaristas capacitados que produziam por dia menos de 80 litros conseguiram produzir de 300 a mil litros por dia”, comenta Camargo. Para Rafael Ribeiro de Lima Filho, zootecnista e analista da Scot Consultoria, enquanto o Brasil tem potencial para avançar na produção pecuária e no consumo interno, países como a China, Ásia e o Oriente Médio já sinalizam crescimento no consumo. “Quem produz leite deve ficar de olho nestes países”, afirma. Ainda de acordo com Filho, os gigantes mundiais em produção de leite, como a Austrália e Nova Zelândia, já operam dentro do limite de produção. Segundo o analista, além do avanço na produtividade e na qualidade, o pecuarista conta, por conseguinte, com aumento na rentabilidade. “O valor pago ao produtor vale a pena. O pecuarista que investe em qualidade pode receber de R$0,90 a R$0,10 além do preço médio de mercado.” Para o analista, o aumento da produção nacional deve ser puxado pela demanda doméstica. Números da Scot mostram que o Brasil possui atualmente um consumo per capita de 140 a 145 litros por ano. Já os Estados Unidos tem 260 litros anual per capita. “O consumo de leite e seus derivados recomendado aos brasileiros é de pelo menos 220 litros por ano”, comenta. De acordo com Filho, alguns membros da Associação do Leite de São Paulo que integram o projeto dobraram a produção. “O ponto principal do Balde Cheio é levar a importância da qualidade do leite e conhecimento.” Segundo Carrara, a qualidade do leite do nordeste no programa superou em 40% o padrão de qualidade na Instrução Normativa IN 51, com a contagem de células somáticas inferior a 400 mil. Após aderirem ao projeto Balde Cheio, os 400 pecuaristas de Pernambuco, que produzem 150 mil litros por dia, superaram os padrões sanitários mínimos exigidos no País. Segundo Carrara, o limite de colônias de bactérias permitido é de um milhão, nas propriedades o volume registrado foi menos de 200 mil colônias. A participação da Brasil Foods no Balde Cheio, por meio Cooperativa para a Inovação e Desenvolvimento da Atividade Leiteira (Cooperideal) permite que o pecuarista adquira rações, sais minerais e medicamentos a preços atrativos, com desconto na conta leite. “Garantimos a compra de 100% da produção a preço de mercado”, afirma Paravisi. Fonte: DCI. Agronegócios. Por Alécia Campos. 20 de abril de 2010.
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