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Scot Consultoria

Boi em pé do MT fica mais competitivo com ICMS menor


Sexta-feira, 7 de maio de 2010 - 11h18

Com a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 7% para 4% para o transporte de boi em pé do Mato Grosso, os mais de seis milhões de bois do nordeste do estado, além dos mais de 20 milhões que compõem a região, podem concorrer no mercado em outros territórios brasileiros. “O gado se torna mais competitivo e a margem para o pecuarista trabalhar sobe”, diz Luciano Vacari, superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat). Segundo Vacari, os criadores do nordeste do estado foram os que mais sofreram com a recuperação judicial de frigoríficos e com a queda da capacidade de abate em 2009. Isso porque, o governo do MT decretou uma redução provisória da alíquota, de abril a setembro, de 7% para 3,5% apenas para transporte do rebanho do nordeste. Na ocasião, a região, formada por 22 municípios, teve 60% da capacidade de abate comprometida. “Em Rondonópolis, por exemplo, o pecuarista tinha apenas duas possibilidades de escolha: um frigorífico na cidade e outro há 200 quilômetros. Hoje tem opção em São Paulo e em Goiás.” Para Hyberville Neto, médico veterinário e analista da Scot Consultoria, a medida é positiva para toda a cadeia pecuária. “Toda desoneração tributária é interessante para toda cadeia. A nova alíquota pode causar concorrência com outros estados”, afirma. A lei 9.349 sancionada na última segunda-feira autoriza a base de cálculo da carga tributária na saída interestadual de gado mato-grossense em até 4% do valor da operação. De acordo com Vacari, em 2009, os valores das operações chegaram a ser reduzidas em até 42,86%. “Os pecuaristas procuraram o melhor negócio”, diz. Levantamento da Acrimat aponta que em janeiro de 2009, a região nordeste de Mato Grosso havia comercializado 1.288 cabeças de gado, em abril, quando a medida provisória passou a vigorar, o volume aumentou 148,45%. O pico de vendas de gado mato-grossense foi registrado em agosto do ano passado, com 14.326 cabeças. No entanto, com o fim do benefício, em setembro de 2009, a comercialização caiu 33,58%. Segundo o analista, dependendo do custo com frete e preço da arroba, São Paulo pode buscar boi em Mato Grosso. “São Paulo traz gado de Mato Grosso às vezes. Se tiver o mesmo preço daqui não compensa. Com a pouca oferta São Paulo é o estado que mais importa”, comenta. Ainda de acordo com Neto, hoje o transporte de boi de Mato Grosso para a capital paulista não compensa. “Os preços da arroba estão próximos, mas quanto menor o custo de frete, que varia de estado para estado e impostos a tendência é de chegar mais gado de lá para São Paulo”, pondera. Para Marcos Jacinto, representante da Acrimat na região nordeste, pode causar um aumento no preço da arroba em até R$ 3. “Vamos ter mais concorrência.” Já o pecuarista Marcos da Rosa, acredita que a redução do imposto deve acabar com a pressão nos preços causado pela concentração dos frigoríficos em algumas regiões. “Com outros estados em busca de nosso gado, o preço ao produtor será mais equilibrado.” De acordo com o último levantamento de mercado da Scot Consultoria, ontem, em Mato Grosso do Sul e na maioria das praças havia pressão para recuo nas cotações. Os últimos negócios foram fechados a R$76 a arroba à vista, e R$77 a prazo, mas ordens de compra entre R$1 e R$2 mais baixas na arroba foram registradas. “Nas regiões norte e nordeste, a arroba a prazo estava cotada a R$73”, diz o analista. Em São Paulo, segundo a Scot, os negócios com boi gordo foram fechados entre R$78 e R$79 a arroba à vista, e R$ 80a prazo. “O fluxo de bois vindos de praças vizinhas, como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás, segue forte” Turquia A Turquia que nunca importou carne do Brasil anunciou que vai comprar carne de aves e bovina do País. O governo turco deve comunicar nos próximos dias as condições para que as importações ocorram, bem como o volume a ser absorvido. Segundo Francisco Turra, presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), o Brasil atualmente exporta carne de frango para a Turquia indiretamente, via Iraque, por exemplo. Fonte: DCI. Por Alécia Pontes. 7 de maio de 2010.
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