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Scot Consultoria

Boi: Fraco consumo de carne pode voltar a pressionar mercado físico


Quinta-feira, 23 de março de 2006 - 19h29

O mercado físico de boi segue lento com poucos negócios. Os preços estão estáveis e os frigoríficos começam a sair das compras na expectativa de conseguir derrubar os preços um pouco mais. Segundo Alcides Torres, da Scot Consultoria, as ofertas de compra a R$48 e R$49 para descontar o Funrural à prazo começam a aumentar apesar das vendas abaixo de R$49 serem raras. No interior paulista, os preços estão cotados entre R$49 e R$50 para descontar o Funrural à prazo. No Mato Grosso do Sul, a arroba segue cotada a R$ 45 em Campo Grande e a R$ 46 em Dourados. Para José Vicente Ferraz, do Instituto FNP, os preços podem ainda recuar mais um pouco se continuarem pressionados pelo fraco atacado e pela retração do consumo de carne bovina. Um outro movimento, de retenção de oferta por parte dos pecuaristas que estão esperando o início do mês para que as compras de carne aumentem com o "efeito salário", pode limitar essa queda. No momento, contudo, os preços da carne bovina seguem pressionados diante do fraco consumo interno. O quilo do corte traseiro está cotado a R$ 3,60 e o dianteiro está estável a R$2,20. Sem o dinheiro dos salários, o consumidor reduz o consumo de carne na segunda quinzena do mês. Pressão adicional vem da maior oferta de carne de frango no mercado interno, bem mais barata que a de boi, muitas vezes de menos de R$1 por quilo. Com a retração das vendas externas de frango por conta da gripe aviária, os estoques dos frigoríficos exportadores estão sendo colocados no mercado interno. Os preços apenas seguem sustentados no triângulo mineiro, a R$52 para descontar o Funrural à prazo, por conta da maior exportação registrada na região, que não foi afetada pelos embargos. As escalas seguem prontas em torno de uma semana em média, o que permite certa folga para os frigoríficos continuarem pressionando as cotações. Na BM&F, os futuros realizaram ontem depois da alta dos últimos dias acompanhando o dólar. No acumulado de uma semana, as cotações ainda acumulam perdas, que somam R$ 0,69 por arroba em março e R$ 1,02 em abril. O físico fraco também influencia os futuros. O Indicador Esalq fechou em queda a R$ 49,49 à vista e R$50,39 à prazo. Técnicos das secretarias de Defesa Agropecuária e de Relações Internacionais do Agronegócio do Ministério da Agricultura devem se reunir na sexta-feira para definir uma estratégia para tentar a reabertura do mercado chileno para a carne brasileira. Em outubro, os chilenos suspenderam as importações de carne bovina de todo o País em resposta aos focos de febre aftosa diagnosticados no Mato Grosso do Sul (33 casos) e no Paraná (7 focos). Segundo Ferraz, do Instituto FNP, o Chile tem um limite de capacidade de abate de 40% da sua demanda e grande necessidade de importação de carne e, por conta da aftosa, embargou o Brasil e a Argentina. Ferraz explica que o Chile poderia importar carne do RS e de SC, pois ambos não possuem aftosa e podem fornecer carne a um custo muito menor. Mas aquele país está preferindo pagar uma carne 31% mais cara de origem uruguaia. Fonte: Estadão
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