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Scot Consultoria

Cenário insumos: relação/troca com bezerro compromete confinamento


Quarta-feira, 12 de maio de 2010 - 16h54

O descompasso entre o aumento dos preços do bezerro e da arroba do boi gordo torna a relação de troca desfavorável para o pecuarista e deve provocar redução do número de animais em confinamento neste ano. Levantamento da Scot Consultoria indica que uma arroba de boi gordo hoje é suficiente para comprar 1,78 bezerro, utilizando como base o valor praticado em São Paulo. Em maio do ano passado, uma arroba comprava 1,88 bezerro. Em 2008, mesmo com o aumento dos custos de produção, a relação chegou a marca de 2,02 bezerros para cada arroba de boi gordo. O zootecnista e consultor da Scot Gustavo Adolpho Aguiar conta que a alta recente fez os preços do bezerro voltarem aos níveis recordes de 2008, quando o custo para adquirir o animal destinado a engorda superou R$750,00, também base São Paulo. No primeiro semestre daquele ano, a perspectiva otimista com preços futuros indicando valores acima de R$90,00 por arroba fez os pecuaristas apostarem no confinamento, mas a eclosão da crise em setembro fez os preços caírem gradativamente, por conta da retração na demanda. “O insumo foi comprado a um custo elevado, mas na hora de vender o preço da arroba estava muito mais baixo, provocando prejuízos aos pecuaristas. É por isso, que eles estão mais cuidadosos neste ano”, ressalta Aguiar. Na semana passada, durante o seminário Perspectivas para o Agronegócio em 2010 e 2011, o consultor Alexandre Mendonça de Barros, da MB Associados, já havia destacado que o alto custo de reposição poderia desestimular o confinamento de animais neste ano. O presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), Ricardo de Castro Merola, estima uma retração de 10% a 12% no número de animais confinados neste ano, em função da alta de preços do bezerro e do boi magro. Em 2008, em meio à perspectiva positiva para o setor, o confinamento atingiu a marca de três milhões de cabeças. No ano passado, a atividade retraiu 23% para 2,310 milhões de cabeças, por conta dos efeitos da crise, que restringiu o acesso a crédito dos frigoríficos e a demanda global por carnes. Segundo Merola, o preço mais alto do boi magro e do bezerro, que tradicionalmente representam de 70% a 75% do custo final, devem elevar esta participação para 80% em 2010. Segundo ele, em média, 40 milhões de cabeças são abatidas por ano no País. O confinamento corresponde a cerca de 6% deste volume. Fonte: Agência Estado. Por Fabíola Gomes. 12 de maio de 2010.
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