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Scot Consultoria

Panorama das medidas governamentais durante a pandemia para fortalecer o agro nacional e expectativas com relação ao mercado para 2021

Entrevista com o engenheiro agrônomo, Sergio De Zen

Terça-feira, 22 de dezembro de 2020 - 17h00
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Sergio De Zen é engenheiro agrônomo, formado pela ESALQ - Universidade de São Paulo (USP), possui mestrado e doutorado em economia aplicada e experiência em economia agrária. Sérgio foi anunciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como novo titular para a Diretoria de Política Agrícola e Informações (Dipai). De Zen atuou como professor doutor da ESALQ/USP, foi diretor presidente da Fealq - Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz e era assessor especial no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Foto: Scot Consultoria


Nosso convidado dessa semana é Sergio De Zen.

Sergio De Zen é engenheiro agrônomo, formado pela ESALQ - Universidade de São Paulo (USP), possui mestrado e doutorado em economia aplicada e experiência em economia agrária. Sérgio foi anunciado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) como novo titular para a Diretoria de Política Agrícola e Informações (Dipai). De Zen atuou como professor doutor da ESALQ/USP, foi diretor presidente da Fealq - Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz e era assessor especial no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).

Scot Consultoria: Em meio à pandemia, à força para vencer o vírus e à fome das famílias do campo, qual a importância da produção da agricultura familiar neste momento da crise e quais foram as medidas tomadas pelo governo para ajudar os agricultores?

Sergio De Zen: O governo teve como desafio primário, manter as cadeias de produção em funcionamento. Como? Mantendo aberto postos de gasolina, estradas, os sistemas de transporte em funcionamento, fábricas de adubos e fertilizantes, bem como lojas de insumos abertas.

Em seguida, precisamos manter, por intermédio do governo, programas sociais essenciais, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa de Biodiversidade, todos mantidos com o apoio do governo brasileiro, para a manutenção do agronegócio familiar neste momento de grande instabilidade.

Scot Consultoria: A representatividade da Conab no agronegócio brasileiro consegue abranger a maior parte dos produtores rurais? Qual o próximo passo da Conab para conseguir se consolidar como o órgão mais influente no mercado agro do âmbito nacional?

Sergio De Zen: A Conab tem como objetivo principal ser uma empresa geradora de informações oficiais, ou seja, a Conab possui hoje mais de 150 pessoas distribuídas em todo o território nacional, com o objetivo do acompanhamento de dados quantitativos da safra brasileira.

E cabe à Conab também agregar os dados e gerar inteligência de mercado que será disponibilizada aos agentes tomadores de decisão na cadeia de produção. Nossa função, então, é gerar e transformar a informação e disponibilizá-la, não apenas para nós, mas para outros órgãos capazes de absorver e utilizar essas informações.

Scot Consultoria: Sergio, as exportações de carne no ano passado bateram recorde em volume e faturamento. No acumulado parcial de 2020 já temos novo recorde de exportações, fato que sustentou os preços no mercado do boi gordo. Quais são as suas expectativas para o ano que vem, e como atenderemos à demanda no mercado interno?

Sergio De Zen: Na realidade, o que ajusta as transações são os preços. Nós temos uma expectativa de que o mercado internacional continue, de certa forma, absorvendo boa parte da produção brasileira, dado que nossos preços estão muito competitivos em relação a outros mercados. Precisamos tomar cuidado, porém, principalmente com a questão cambial.

O câmbio no patamar que observamos atualmente provavelmente não será mantido e teremos um ajuste, tanto na questão cambial, quanto em questão das taxas de juros pós-pandemia. A respeito dessas questões, o que temos em nossas mãos são expectativas, sem mecanismos que permitem uma previsão exata do rumo que o cenário tomará.

Scot Consultoria: O milho e a soja sofreram fortes altas ao logo do ano, puxadas pela desvalorização do real e a demanda para exportação. Existe hoje algum risco de desabastecimento no mercado interno? E como o senhor acredita que a Conab possa mediar as altas e trabalhar em patamares sustentáveis em relação aos produtos?

Sergio De Zen: O risco de desabastecimento não existe. Hoje, temos um sistema de informação global muito diferente do que possuíamos no passado. O que acontece hoje, e deve ser modelo para os próximos anos, é cada vez mais usarmos ferramentas e mecanismos disponíveis no mercado que possibilitam e contribuem para a gestão e o uso da informação. Por exemplo, tivemos a redução da tarifa de importação, que foi fruto de estudos, notas técnicas, materiais produzidos pela Conab que subsidiam as decisões.

Essa é a função da Conab, atuar gerando informação, transformando-a para as tomadas de decisão que favorecem a antecipação de problemas de fornecimento, de preços e outras questões que podem influenciar o mercado agropecuário nacional.


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