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Scot Consultoria

Certificação a serviço da demanda

Diretor executivo de certificações do IBD, Alexandre Huberto Harkey

Segunda-feira, 13 de maio de 2019 - 05h50
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Engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Após se especializar em agricultura orgânica, biodinâmica e sustentabilidade no Brasil e Europa, dedicou-se a trabalhar com estes temas no Brasil. Atualmente é diretor executivo de certificações do IBD

Foto: Scot Consultoria


Para finalizar a entrevista com os palestrantes do Encontro de Confinamento e Recriadores a Scot Consultoria conversou com o Alexandre Huberto Harkey sobre certificação animal.

Alexandre é engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”. Após se especializar em agricultura orgânica, biodinâmica e sustentabilidade no Brasil e Europa, dedicou-se a trabalhar com estes temas no Brasil. Atualmente é diretor executivo de certificações do IBD.

Scot Consultoria: Alexandre como está a sua percepção do Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria? Na opinião do senhor, qual o peso desse tipo de evento para a pecuária brasileira?

Alexandre Huberto Harkey: Esse evento é um ponto central na pecuária nacional, falando especificamente de confinamentos e recriadores. Acho que sem esse evento, a empresa, o técnico e a pessoa que é ligada a esse setor perdem muito da atualidade, perdem muita atualização técnica.

Esse evento é fundamental para ser visitado.

Scot Consultoria: Qual é o papel da certificação para a pecuária de corte no Brasil?

Alexandre Huberto Harkey: O agricultor e o pecuarista, em geral, estão tendo que aprender rapidamente o que é padronização, em primeiro lugar. Ouvimos durante o evento que a indústria quer padronização, de um tipo, de outro, com gordura, sem gordura, dependendo do mercado, gado mais precoce. O pecuarista que antigamente não se preocupava em padronizar e atualizar os conhecimentos para atender da melhor forma possível e da forma mais econômica as demandas do mercado, esse pecuarista está perdendo. Nesse processo de busca de padronização ele está trilhando um caminho que também tem a ver com certificação, porque padronização também é certificação. Na minha opinião as duas coisas caminham juntas. Você padroniza, consequentemente, você começa a poder a certificar e consequentemente o seu negócio fica sustentável desde o ponto de vista econômico até o ponto de vista ambiental e social, porque está tudo interligado.

Scot Consultoria: Quais são as principais tendências deste mercado para a atividade pecuária?

Alexandre Huberto Harkey: O que foi visto nesses dias é que existem dois grandes mundos que norteiam a demanda e a preferência do consumo. Existe o mundo da saúde, da necessidade de comer carne, comer uma carne saudável e com boas condições sanitárias. Mas, também existe, cada vez mais, o consumidor consciente, aquele que logo, logo, ou se já não está, vai começar a procurar uma carne que faz mais sentido para ele do ponto de vista de qualidade do animal, de qualidade do meio ambiente, qualidade de ambiente de trabalho e qualidade social. Então, eu acho que essa evolução não para mais, é uma evolução que está cada vez mais forte. A pesquisa vem mostrando que a opinião do consumidor em relação à questão de sustentabilidade está aumentando cada vez mais.

Scot Consultoria: Quais os principais desafios que o pecuarista encontra ao decidir se adequar a algum processo de certificação?

Alexandre Huberto Harkey: Depende de qual certificação você quer entrar. O Brasil é o maior exportador de carne do mundo, então quem está contribuindo com a exportação já está tendo que fazer uma certificação de rastreabilidade se ele vai exportar para a Europa, alguns outros países exigem isso. Depois existem as questões de padronização do tipo de carcaça, padronização de gordura, padronização da idade, etc.

Tudo isso tem que ser levantado junto com o agente de comercialização do animal e da carne dele. Existem alguns mercados com certificação de nicho onde eu posso mencionar o orgânico, e o Rainforest Aliance, que são duas certificações de nicho com um alto conceito social e ambiental e, no orgânico tecnológico, também de produção.

Além desses dois programas, o que se discute atualmente e onde se quer chegar, mas não se chegou ainda, é na pecuária sustentável. Existem algumas propostas de protocolos de pecuária sustentável que estão sendo discutidas e se espera que no médio prazo saia uma proposta de certificação.


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