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Scot Consultoria

As oscilações do mercado do milho na safra 17/18


Sábado, 31 de março de 2018 - 10h00

Foto: Visual Hunt


Sidnei Maschio: Rafael, o que assustou o mercado e provocou aquela ameaça de disparada no preço do milho?


Rafael Ribeiro: Um conjunto de fatores: os atrasos na colheita da safra de verão, expectativa de redução na produção na temporada 2017/2018, aumento do preço do frete e a ponta vendedora dando preferência à comercialização da soja grão, que também teve alta.


Ou seja, apesar dos estoques de passagem maiores (17,71 milhões de toneladas), o vendedor retraído na oferta e o ritmo mais lento da colheita deram sustentação aos preços.


Sidnei Maschio: E o que acalmou de novo o mercado?


Rafael Ribeiro:  O avanço da colheita da safra de verão e a maior predisposição do vendedor em negociar.


Sidnei Maschio: Quanto está faltando para terminar a colheita da primeira safra?


Rafael Ribeiro:  A Scot Consultoria estima que por volta de 60% da área com milho de verão foi colhida até a quarta semana de março, ou seja, apesar de atrasada, a maior parte da primeira safra foi colhida, montante que se soma aos estoques de passagem.


Sidnei Maschio: Juntando o que foi colhido agora com o que o Brasil já tinha armazenado, de que tamanho vai ficar o nosso estoque de milho?


Rafael Ribeiro:  Para o final da temporada 2017/2018 a estimativa é de 16,39 milhões de toneladas em estoques. Ou seja, um grande volume frente a 2015/2016, quando o país virou o ano com 6,95 milhões de toneladas em estoques.


Sidnei Maschio: Por que ainda não dá para ficarmos totalmente sossegados em relação ao abastecimento do mercado daqui para a frente, Rafael?


Rafael Ribeiro:  O cenário é de mercado frouxo, mas o monitoramento deverá continuar nos próximos meses, que compreendem o período de desenvolvimento das lavouras de segunda safra.


Importante destacar que uma parcela da área com milho de segunda safra foi semeada fora da janela ideal de plantio (até meados de março), o que aumenta os riscos e possibilidade de queda na produtividade.


Sidnei Maschio: E a respeito da área plantada com milho na segunda safra?


Rafael Ribeiro:  Os trabalhos estão na reta final nos principais estados produtores. Em Mato Grosso, os trabalhos estão concluídos.


A Conab estima 11,39 milhões de hectares na segunda safra 2017/2018, uma redução de 5,9% frente a safra passada.


Sidnei Maschio: Rafael, O que está acontecendo agora com as cotações do milho no mercado futuro?


Rafael Ribeiro:  Na B3 (antiga BM&F), os contratos de maio/18 sinalizam queda nos preços, frente às cotações vigentes no mercado físico. Os contratos com vencimento em maio/18 e julho/18 ficaram cotados em R$37,59 e R$36,05 por saca de 60 quilos, respectivamente (28/3).


Os menores valores estão previstos para setembro/18, com a saca cotada em R$34,45, e já com o peso da colheita da segunda safra.


Sidnei Maschio: Dá para cravar uma aposta na queda do preço daqui para a frente, Rafael? 


Rafael Ribeiro:  Vai depender do clima e desenrolar da segunda safra. Se tudo seguir mais dentro da normalidade, existe espaço para quedas nas cotações no mercado brasileiro nos próximos meses.


Sidnei Maschio: Como as exportações de milho tão se comportando neste começo de ano?


Rafael Ribeiro:  Aumentaram 120,6% no primeiro bimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2017. Mas a expectativa é de recuo no volume neste semestre, retomando no segundo semestre já com a maior oferta devido a colheita da segunda safra no país.



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