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Scot Consultoria

A diferença entre as propriedades que ganham e que perdem dinheiro


Quinta-feira, 29 de março de 2018 - 06h00

Foto: Scot Consultoria


Rodrigo Patussi é zootecnista, formado pela Universidade Estadual de Maringá. É coordenador de projetos na Terra Desenvolvimento Agropecuário, com ênfase em gerenciamento estratégico e gestão de pessoas na pecuária.


Rodrigo será um dos palestrantes do Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, que acontecerá de 17 a 20 de abril, em Ribeirão Preto-SP e Barretos-SP. Convidamos o especialista em mercado pecuário para uma conversa a respeito de sua palestra: “Gestão de colaboradores: princípios para aumento de performance”.


Para mais informações sobre o evento acesse, www.confinamentoerecria.com.br.


Veja a entrevista na íntegra:


Scot Consultoria: Rodrigo, você poderia comentar brevemente o que será abordado na sua palestra?


Rodrigo Patussi: Basicamente trataremos de princípios práticos para o aumento da performance do time de colaboradores dentro de uma fazenda ou de um confinamento. Quais principais cuidados e como implementar um processo continuo de evolução e conquistas das metas propostas.


Scot Consultoria: Qual a importância de gestão de pessoas no desempenho da atividade? Quais são os erros mais frequentes nas propriedades que não trabalham com recursos humanos? Esses impactos podem interferir na margem do negócio?


Rodrigo Patussi: A cada dia fica mais evidente que a execução “excelente” das atividades propostas ou uso das técnicas estabelecidas, têm sido a diferença entre as propriedades que ganham e que perdem dinheiro. Todo o processo é executado com a participação de pessoas, sendo essas as grandes responsáveis pelo lucro da atividade.


De forma geral todas as propriedades trabalham com pessoas e por tanto com recursos humanos. A diferença é que algumas priorizam a gestão da equipe de colaboradores os tratando não como problemas, mas como talentos humanos responsáveis pelo resultado. O maior erro é não ter um projeto claro de desenvolvimento dessa equipe.


Propriedades que tem time realizador, bem dimensionado e gerenciado com base em meritocracia, muitas vezes alcança resultado por hectare cinco vezes maior que a média para a mesma atividade.


Scot Consultoria: Vocês percebem diferença na rentabilidade de fazendas que tem uma equipe coesa e bem formada para aquelas que tem alta rotatividade de funcionários?


Rodrigo Patussi: A grande meta de uma empresa pecuária é definitivamente o lucro/há, conquistado necessariamente por uma equipe preparada e que tenha pleno conhecimento do projeto da fazenda.


A alta rotatividade da equipe normalmente é um indicador de problemas ligados a condição de trabalho, aos líderes diretos, mas principalmente ao não entendimento do real propósito da empresa. Quanto mais alta a rotatividade, menor a qualificação, e principalmente sinergia com as metas propostas.


Scot Consultoria: Em sua opinião, qual o maior entrave hoje para o produtor, quando tratamos investimentos em gestão de pessoas?


Rodrigo Patussi: Acreditar que a qualificação deva ser realizada fora da sua propriedade e não assumir a responsabilidade do desenvolvimento do seu time tem sido prática dos produtores que não tem clareza de onde quer chegar. Muitas vezes falta de qualificação dos gestores para tratar de aumento de performance de equipe, não permite um desenvolvimento contínuo.


Scot Consultoria: Você acredita que a pecuária de corte vem evoluindo e percebendo a importância do capital humano nos resultados finais?


Rodrigo Patussi: Muito, não somente acreditamos como medimos essa evolução. Tecnicamente temos gestores a cada dia mais preparados para gerenciar um time realizador.


Scot Consultoria: Qual sua dica para o produtor que deseja começar a fazer gestão de pessoas da fazenda?


Rodrigo Patussi: Seguir 4 passos:


1.     Saber onde está


2.     Definir onde quer chegar


3.     Traçar uma estratégia para alcançar esse objetivo


4.     Medir, medir e medir para garantir a execução excelente


Scot Consultoria: Por último, falando um pouco sobre as fazendas top rentáveis, quais são os principais fatores que mais influenciam a lucratividade destas fazendas? Em números, qual a diferença de desempenho entre a médias e as rentáveis? Muitas ainda fecharam a conta no vermelho?


Rodrigo Patussi: O equilíbrio entre ganho médio diário (GMD), taxa de lotação, desembolso por cabeça por mês e valor de venda, é o que define o lucro de qualquer atividade pecuária. Esse equilíbrio é garantido e determinado pelo gestor, por tanto o fator que mais influencia a lucratividade das fazendas top rentáveis, são as decisões e comportamentos do mesmo.


O lucro das fazendas top rentáveis é praticamente cinco vezes maios que a média.


Apesar de aproximadamente 50% das fazendas ou perderem dinheiro ou tem resultado abaixo de 200 reais/ha, acreditamos que esse comportamento é comum a outras empresas. Em todos os seguimentos temos empresas que perdem ou ganham muito pouco, apesar disso medimos empresas pecuárias extremamente rentáveis com lucro que supera de 600 reais/ha/ano e produzindo mais que 15@/ha ano. Sendo assim fica evidente que a média não é referência, mas sim os top rentáveis.


Entrevistado:

Rodrigo Patussi, coordenador da Terra Desenvolvimento Agropecuário.



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