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Scot Consultoria

“Há margem para pagamentos maiores para o boi, caso o cenário de maior restrição na oferta se consolide”


Quinta-feira, 3 de agosto de 2017 - 13h30


Sidnei Maschio:
Gustavo, já dá pra falar em aperto nas escalas de abate da indústria por conta do encurtamento na oferta de gado terminado?


Gustavo Aguiar: Não é algo generalizado, mas dá para falar que sim. Em algumas regiões, como no norte do país, este cenário é mais visível.


Em São Paulo, por exemplo, algumas empresas estão com escalas para um ou dois dias, fato que não foi observado nos últimos meses.


Então, na média, o recuo das programações está ocorrendo.


Sidnei Maschio: Será que ainda tem algum restinho de estoque na mão do pecuarista, uma soca de boiada que ficou na invernada para esperar a confirmação de que o carretão mudou mesmo de direção?


É possível que sim, sobretudo onde o pasto ainda suporta as boiadas. Neste sentido, se destacam os estados da região norte.


Sidnei Maschio: Com os aumentos já registrados no preço do boi gordo, como ficou a margem de comercialização do frigorífico, gustavo?


Gustavo Aguiar: Mesmo com as recentes altas para o boi, as margens permanecem em patamares historicamente elevados.


A margem de comercialização do Equivalente Scot Desossa, calculada frente ao preço do boi gordo em São Paulo, está em 34,4%. Para se ter uma ideia, a média desde 2007 para este indicador é de 20,9%.


Assim, teoricamente, há margem para pagamentos maiores para o boi, caso o cenário de maior restrição na oferta se consolide.


Sidnei Maschio: Antes mesmo dessa reação do boi na praça, o mercado futuro já tinha virado e embicado no rumo de morro acima. Qual é a explicação pra essa grande virada acontecida na bolsa, gustavo?


Gustavo Aguiar: Sim, saímos de uma mínima próxima de R$119,00/@ para o contrato de outubro em São Paulo, verificada em meados de junho, para R$136,00/@ no início de agosto.


Esta queda exacerbada ocorreu em resposta a uma distorção no mercado futuro, que opera com baixa liquidez este ano, em um momento de alto estresse.


De qualquer forma, também temos que reconhecer que o principal fator de risco no mercado do boi, que é a saúde operacional da JBS, vem respondendo de maneira positiva, o que acalma o mercado.


Sidnei Maschio: Com a recuperação do preço no mercado futuro, em muitas regiões a conta do confinamento agora voltou a ser favorável ao pecuarista. Mas pelo avançamento do calendário, será que ainda dá tempo de aumentar o tamanho da boiada a ser engordada neste restinho da temporada?


Gustavo Aguiar: Sim, a conta do confinamento voltou a ficar atrativa. Alguns produtores devem conseguir aproveitar esta readequação de cenário, mas não apostaria em uma retomada realmente representativa no número de animais confinados.


O avançar do calendário e o baque dos últimos meses na intenção de confinar as boiadas são fatores que devem regular esta retomada.



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