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Scot Consultoria

“Quanto mais alongar o ciclo, maior o risco, já que as incertezas, principalmente quanto à demanda, são muitas este ano.”


Sexta-feira, 2 de junho de 2017 - 09h40

Foto: Scot Consultoria


Sidnei Maschio:
Alex, faz muito tempo que a gente não tinha uma sequência tão grande de encrencas e trapeiras para atrapalhar o mercado do boi gordo como nos últimos dois ou três meses. Como é que o pecuarista conseguiu continuar em pé depois de toda essa tempestade que o setor enfrentou?


Alex Lopes: Isso mostra o quanto a atividade pecuária é sólida, de baixo risco, que oferece alternativas mesmo diante de um cenário tão turbulento. É claro que os preços caíram, mas isso, sozinho, não é capaz de “quebrar” o pecuarista. Resta agora tomar as decisões corretas para manter ao máximo o nível de lucratividade da atividade.


Sidnei Maschio: Se foi difícil, até agora, como que vai ser daqui pra frente, com o final da safra e a desova do estoque de gado pronto que estava na mão do pecuarista?


Alex Lopes: A tendência é que os preços caiam como sazonalmente acontece. E para isto o pecuarista precisa estar preparado. É um comportamento que ocorre todo ano. A melhor coisa a fazer é encurtar o ciclo, melhorar o giro da fazenda.


Sidnei Maschio: A gente tem uma ideia a respeito do tamanho dessa boiada que esta pronta nas fazendas e deve chegar ao mercado nestas próximas semanas?


Alex Lopes: Não temos, e nem há necessidade de conhecer isso para efeitos de planejamento. É certo que quando essa oferta entrar, associado ao nível de consumo atual, deve mexer com os preços.


Sidnei Maschio: Olhando bem no nosso horizonte, é possível enxergar alguma possibilidade de melhora no consumo daqui pra frente?


Alex Lopes: Isso está associado a situação econômica, ao final da recessão. Aparentemente estamos passando por uma nova crise política e isso vai afetar o cenário macroeconômico. Podemos ter mais problemas para melhorar as vendas de carne.


Sidnei Maschio: Como é que estão hoje as margens de comercialização dos frigoríficos?


Alex Lopes: As margens estão nos maiores patamares históricos. Uma indústria que faz a desossa trabalha com margem de 38,0%. Apesar da dificuldade de vender carne, eles estão conseguindo comprar a arroba cada vez mais barato e isso ajuda na dilatação das margens deles.


Sidnei Maschio: Levando tudo isso em conta, qual deve ser então o plano do pecuarista pra fazer a comercialização do seu gado nas próximas semanas?


Alex Lopes: Ele deve fazer vendas parceladas para diminuir riscos e fechar uma média de preços interessantes, mas estas vendas tem que começar já. Quanto mais alongar o ciclo, maior o risco já que as incertezas, principalmente, quanto à demanda, são muitas este ano.



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