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Scot Consultoria

A indicação ao pecuarista é trabalhar com diversos compradores, com lotes menores e preferencialmente à vista


Quinta-feira, 25 de maio de 2017 - 17h25

Foto: Scot Consultoria


Anderson Sobrinho:
Com o pessoal se recusando a vender para a JBS, isso é um tiro no pé da pecuária?


Hyberville Neto: Eu acredito que o tiro no pé tenha sido dado pela corrupção ocorrida ao longo dos anos, que gerou a cascata de reações na economia como um todo, e na pecuária. O fato de o pecuarista estar se recusando a vender para a JBS é a consequência da incerteza gerada.


Anderson Sobrinho: Qual é o clima de alguns pecuaristas em relação a isso?


Hyberville Neto: O pecuarista trabalha com um cenário bem incerto. O produtor tem optado por vender de maneira mais compassada, buscando as vendas à vista.


Anderson Sobrinho: Essa situação turbulenta no mercado gerou desvalorizações também nos contratos futuros do boi gordo. Como fica a intenção de confinamento?


Hyberville Neto: Os preços no mercado futuro, mesmo que muitas vezes não sejam usados efetivamente para o hedge, são observados pelos confinadores.


Com preços menores disponíveis para travar ou como algum parâmetro para contas, a atratividade menor desestimula a atividade. Esperamos que isto afete as intenções negativamente e isto reforça a importância de travar as cotações quando surgirem oportunidades.


Anderson Sobrinho: Qual é a orientação para o pecuarista diante desse cenário?


Hyberville Neto: Acompanhar sempre o desenrolar das notícias e o mercado. Trabalhar com diversos compradores, com lotes menores e preferencialmente à vista.  


Anderson Sobrinho: Com o dólar em alta desde a semana passada, isso complica a vida do pecuarista brasileiro?


Hyberville Neto: O dólar tem impacto maior sobre o mercado de grãos. Aí podemos ter efeito nos custos de quem trabalha com algo mais intensivo. Ainda assim, a boa produção, com as expectativas de preços menores, principalmente para o milho, não mudaram.


Outros itens impactados pelo câmbio são os fertilizantes. Mas é um insumo relativamente pouco usado pelos pecuaristas. Quem trabalha com produção em pastagens não deve ter grandes alterações nos custos.


Quanto às exportações, normalmente o câmbio colabora, mas para o boi gordo o efeito é limitado.


Anderson Sobrinho: Hyberville, a gente está vendo a maioria dos frigoríficos fora das compras desde a semana passada. Como estão as escalas de abate?


Hyberville Neto: Houve um período sem negócios, com toda a incerteza, mas atualmente as compras têm ocorrido. A JBS tem tido dificuldade nas compras, com produtores se recusando a entregar no prazo, mas as demais empresas trabalham com escalas que permitem que façam pressão de baixa.  


Anderson Sobrinho: Como estão as ofertas de compra no mercado de reposição nessa semana, Hyberville?


Hyberville Neto: Bem fraca, há pouca procura por negócios e muitos leilões parados ou com baixa movimentação. As incertezas no mercado do boi gordo afastam os compradores, dessa forma o mercado está muito frio.



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