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Scot Consultoria

Já imaginou poder “deixar de perder” 8% do seu patrimônio rural?


Terça-feira, 7 de fevereiro de 2017 - 15h30

Foto: Daniel Pagotto, da Tratto Consultoria, um dos palestrantes confirmados no Encontro de Confinamento da Scot Consultoria de 2017.


“Imagine você “entregando” 4%, 6% ou até 8% do seu patrimônio [em possíveis doações morte de propriedades rurais]?”.


Esta frase marcante e muitos outros assuntos importantes para quem possui uma empresa rural foram abordados no bate papo com Daniel Pagotto, sócio proprietário da Tratto Consultoria.


Daniel Pagotto é engenheiro agrônomo, formado pela ESALQ/USP, e, atualmente, está à frente da Tratto Consultoria, cuja principal atividade é a gestão de patrimônios de famílias que desenvolvem o agronegócio.


Ele será um dos palestrantes convidados para o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, que acontecerá entre os dias 5 e 7 de abril, em Ribeirão Preto-SP e Barretos-SP.


Para mais informações, acesse www.confinamentoerecria.com.br.


Confira a entrevista na íntegra:


Scot Consultoria: Gostaria que você falasse sobre o que está preparando para o nosso Encontro de Confinamento e Recriadores?


Daniel Pagotto: Agradeço novamente ao convite, ano passado, no Encontro dos Encontros, falei sobre o tema e agora, em 2017, trabalharemos este assunto de uma maneira um pouco diferente, porque estamos criando uma teoria de que, antes de qualquer coisa, os membros das famílias precisam conversar entre si e criar regras. Então, se não existe uma criação dessas regras e controles, com toda a família integrada nisso, pouco irá importar o ambiente financeiro e os demais aspectos, porque o legado familiar e a continuidade daquele grupo ainda não estão alinhados e definidos.


Fazendo uma analogia, estamos criando uma teoria que abordará esse assunto como se fosse uma doença a ser tratada. Por exemplo, no ambiente financeiro, o pai diz “meu filho não entrega as finanças do jeito que eu imagino”, e, nós mostramos: “você combinou isso com ele”? Então, tratar o problema do ambiente financeiro é, na verdade, o sintoma, ou seja, é a “dor no joelho”, que eu trato cuidando das finanças, fazendo um relatório, comprando um software. Com isso, você só está acabando com a dor pontual. A cura do negócio estará mesmo na discussão familiar, que é muito mais ampla e precisa ser feita antes da discussão de todos os outros assuntos. Por isso, levaremos esse assunto ao longo do ano nas discussões dentro da sua comunidade e em tudo que houver interação.


Scot Consultoria: O que seria uma “holding familiar”? Por que precisamos usar esse termo em inglês? Quais suas vantagens e desvantagens?


Daniel Pagotto: Na verdade nós até utilizamos o termo de forma errática não é mesmo? Mas, acho que usamos esse termo por ser bonito. Tem muita gente que vai à nossa empresa dizendo “olha, eu queria abrir a Holding” e tudo mais, até sem entender. Na prática, é a criação de uma pessoa jurídica com o intuito de proteger o patrimônio e ajudar na criação de regras, minimizando uma série de problemas e potenciais situações desagradáveis no futuro, inclusive de tributos em um momento de doação e/ou da falta de alguém. Além disso, é importante para regrar melhor a sociedade familiar, de uma maneira um pouco mais formal.


Scot Consultoria: Como é a alíquota de impostos de doação? É muita?


Daniel Pagotto: É muito alta e varia de estado pra estado. Há um exemplo de um cliente que, se ele fosse doar da maneira que estava a propriedade, um patrimônio de mais de R$200,0 milhões em fazendas registrado em pessoa física, ele gastaria R$8,0 milhões na doação.


Scot Consultoria: De imposto?


Daniel Pagotto: Sim, de imposto de doação, ou, se no caso ele viesse a “faltar”, seria o mesmo tributo. Entretanto, com a estruturação de uma “holding” e adotando todas as medidas legais, o custo dessa operação foi de menos de R$250,0 mil. Estamos falando de uma diferença de R$8,0 milhões para R$250,0 mil. Mas é claro que cada caso é um caso.


Scot Consultoria: Do ponto de vista jurídico, isto é legal?


Daniel Pagotto: Está 100% dentro da lei, óbvio. O problema está nas informalidades do “agronegócio”, com essa questão das fazendas estarem no nome da pessoa física por várias gerações e as linhas de crédito do setor para pessoas físicas serem muito mais fáceis. Por que minha empresa e a Scot Consultoria são uma pessoa jurídica, por exemplo, e uma fazenda e toda a produção precisam estar em pessoa física? Isso está enraizado culturalmente e nunca foi mudado. Entretanto, atualmente, com os valores vigentes das terras, buscamos uma visão muito mais empresarial pra tratar deste negócio, claro que sem criar muita regra que acabe amarrando a atividade, mas sim pra ser mais eficiente e ganhar dinheiro e não deixar 4%, 6% ou 8% do seu patrimônio numa doação morte. Este ano, por exemplo, em Mato Grosso, a lei de doação passará de 4% pra 8%. Imagine você “entregando” 8% do seu patrimônio?



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