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Scot Consultoria

A China tem grande potencial para comprar carne brasileira


Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016 - 05h14


 


Hyberville Neto, consultor de mercado pela Scot Consultoria concedeu uma entrevista ao apresentador Sidnei Maschio, do canal Terra Viva sobre expectativas para exportação de carne.


Hyberville Neto é médico veterinário formado pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), mestre em Administração de Organizações pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP).



Confira a entrevista na íntegra:


Sidnei Maschio: Hyberville, já dá pra apostar que o exportador brasileiro se beneficiar do aumento dos embarques pra china agora em 2016?


Hyberville Neto: A China tem um potencial grande para comprar carne brasileira. O USDA estima que o país aumente em cerca de 17,0% as importações em 2016, frente a 2015. O Brasil tem potencial para aproveitar esta tendência.


Sidnei Maschio: Dos nossos principais concorrentes, a Austrália está enfrentando uma série de problemas que limitaram a sua produção, enquanto os Estados Unidos estão proibidos de exportar pra China por questões sanitárias. Quem irá "brigar" conosco pelo mercado chinês?


Hyberville Neto: Outros importantes fornecedores de carne para o país são Uruguai, Nova Zelândia e Argentina. Destes, o maior potencial para concorrência está na Argentina, ainda mais quando a situação política lá parece ir ao encontro do setor produtivo, fato que não víamos há anos.


A Nova Zelândia e a Austrália possuem acordos de livre comércio com a China, que beneficiam seus produtos.


Sidnei Maschio: O crescimento das exportações pra china deve ser acompanhado por uma redução na mesma proporção dos embarques pra Hong Kong?


Hyberville Neto: Temos observado um efeito de substituição, com a venda direta para a China. Mas como a demanda geral da região tem aumentado, as exportações somadas para os dois destinos devem crescer.


Sidnei Maschio: Além da China, o Brasil reabriu no ano passado outros mercados importantes. Quem deve render mais para os exportadores brasileiros este ano?


Hyberville Neto: Arábia Saudita e Estados Unidos devem ganhar espaço nas exportações, assim que começarmos efetivamente a vender carne para lá.


Sidnei Maschio: Os Estados Unidos vão começar a importar a nossa carne in natura ou vão continuar apenas nos enrolando?


Hyberville Neto: Esta é a torcida. O país é o maior importador de carne bovina e o maior comprador da nossa carne industrializada.


Sidnei Maschio: Olhando para o lado do mercado, dos países que tiveram dificuldades em 2015 e compraram menos do Brasil, será que podemos esperar alguma melhora agora em 2016?


Hyberville Neto: Rússia, Venezuela e Hong Kong tiveram reduções, entre os principais compradores.


No caso de Rússia e Venezuela, temos a questão dos preços do petróleo, importante produto de exportação da Rússia e a coluna vertebral da economia venezuelana. Com isto, é possível que estes clientes continuem com compras em queda, principalmente a Venezuela.


No caso de Hong Kong, temos que acompanhar o efeito que a venda direta para a China terá sobre os embarques para este destino.


Sidnei Maschio: O melhor amigo do exportador de carne brasileiro em 2015 foi o dólar. Em 2016, será do mesmo jeito?


Hyberville Neto: O último Relatório Focus (5/2) projeta taxas de câmbio acima de R$4,00, tanto para 2016, como para 2017.


Este deve ser um fator que continuará ajudando os exportadores brasileiros.


Sidnei Maschio: Com o consumo interno patinando e as boas condições no mercado externo, será que o percentual da nossa produção destinado à exportação pode aumentar este ano?


Hyberville Neto: É o que esperamos. Com aumento das exportações e mercado interno fraco, a parcela de carne enviada ao exterior tende a aumentar.



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