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Scot Consultoria

Épocas de crise, aplicar em renda fixa ou investir em ações?


Terça-feira, 24 de novembro de 2015 - 18h00


"...No momento [da crise], obviamente, o melhor a ser feito é aplicar em taxa de renda fixa, mas eu já estaria começando a pensar em comprar ações de empresas, pois já estão ficando baratas..."


Esta afirmação foi concedida pelo engenheiro agrônomo Victor Nehmi, gestor do fundo de investimentos Sparta, à equipe da Scot Consultoria.


Batemos um papo com ele sobre diversos assuntos como, investimentos na época de crise, desvalorização do real e a desaceleração da economia chinesa.


Victor Nehmi será um dos debatedores do Encontro de Analistas da Scot Consultoria, que acontece sexta-feira, dia 27, em São Paulo-SP.


As vagas para o Encontro estão esgotadas. Para mais informações acesse www.encontrodeanalistas.com.br.


Confira a entrevista na íntegra:


Scot Consultoria: Em época de crise, quais investimentos o senhor recomenda?


Victor Nehmi: A crise é dolorosa, mas vai terminar sendo boa ao país, no sentido de tornar mais séria a atitude da sociedade em relação a tudo, de forma que vai emergir um país melhor talvez daqui um ano. Então, eu acho que no momento, obviamente, o melhor a ser feito é aplicar em taxa de renda fixa, mas eu já estaria começando a pensar em comprar as ações de empresas, pois já estão ficando baratas e já está na hora de pensar em comprar e transferir um pouco de renda fixa para as ações.


Scot Consultoria: O real desvalorizado é motivo de alegria ou tristeza para o agricultor e pecuarista brasileiros?


Victor Nehmi: Com certeza de alegria. O agricultor brasileiro não deve em dólar e os insumos dolarizados usados são uma parcela pequena do custo total de produção dele. Normalmente bem menos que 50,0% do custo de produção na agricultura e menos de 20,0% na pecuária. Então, acho que a desvalorização do real é muito benéfica, tanto para o pecuarista como para o agricultor.


Scot Consultoria: Quais os impactos para o agronegócio brasileiro da desaceleração da economia chinesa?


Victor Nehmi: Com a desaceleração, a tendência é que os preços das commodities caiam no mercado internacional. Mas, temos que lembrar que isso depende da perspectiva do tempo em que se observa.


O Brasil é mais competitivo que os outros países na área de produção de commodities agrícolas, então a desaceleração chinesa tende, em um primeiro momento, a reduzir a demanda e derrubar os preços, o que acaba eliminando os produtores de outros países que são menos competitivos que o Brasil na área agrícola, principalmente depois dessa desvalorização cambial.


Então, acho que o Brasil acaba ganhando no médio e no longo prazo mesmo com a desaceleração da China. O agronegócio brasileiro vai acabar tendo menos competidores com a diminuição na oferta, e, com isso, vamos conviver com novas altas de preços, independente da China estar crescendo ou não, estabelecendo o ciclo de preços novamente.


O outro lado é que, nos próximos anos, em algum momento a produção vai depender do clima também. Com isso, os estoques de alimentos vão baixar em relação aos níveis atuais, gerando um novo movimento de alta de preços. Com os estoques baixos, quem se beneficiará será o Brasil, que, por ser muito competitivo, não deixará de produzir como os outros produtores.



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