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Scot Consultoria

Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria – Tec- Fértil entrevista o engenheiro agrônomo e diretor da Tec-Fértil, José Francisco da Cunha


Sexta-feira, 20 de setembro de 2013 - 09h58

A necessidade de produzir mais em menos área é uma realidade para a pecuária brasileira. O mercado e a legislação ambiental conduzem para essa estratégia.


Em função desse cenário é que nos dias 25 e 26 de setembro acontecerá em Ribeirão Preto-SP o Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria - Tec- Fértil.


Para maiores informações acesse www.encontrodepastagem.com.br.


José Francisco da Cunha é engenheiro agrônomo, diretor da Tec-Fértil e um dos organizadores do Encontro.


Sua palestra será sobre "Mercado de Fertilizantes e suas implicações econômicas em reforma de pastagens".


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Adubação de Pastagens.


Entrevista com José Francisco da Cunha



Scot Consultoria: Qual a expectativa de preços de fertilizantes no mercado interno para 2013/2014?


José Francisco da Cunha: A formação dos preços internos está inteiramente atrelada aos preços internacionais das matérias-primas e condicionada ao ambiente econômico do país. Há uma grande influência da taxa cambial e dos custos operacionais com transporte e mão-de-obra. Diante de um cenário internacional de baixa nos preços das matérias-primas, mas elevação da taxa cambial, os efeitos quase que se anulam atualmente e os preços no mercado interno em reais estão praticamente estáveis dentro do horizonte do plantio para a safra 2013/14. Já para o ano de 2014, podemos esperar preços um pouco mais baixos a partir da transferência da queda das cotações no mercado interacional.



 


Scot Consultoria: Como estão os preços no mercado internacional?


José Francisco da Cunha: Os fertilizantes estão com preços em queda no mercado internacional. Porém, para este ano, o efeito está sendo neutralizado pelo aumento da taxa cambial.


Os fertilizantes nitrogenados, como a ureia, por exemplo, tem comportamento muito volátil e variam muito com as expectativas de demanda durante o ano. Devido à boa oferta e acréscimo de produção, inclusive com custos mais baixos por conta das novas fronteiras de exploração de gás, os preços devem se manter abaixo dos patamares atuais.


Os fertilizantes fosfatados apresentam demanda internacional enfraquecida e com isto os preços estarão mais baixos.


Nos fertilizantes potássicos, como o Cloreto de Potássio, por exemplo, o fator de queda de preços é o rompimento do cartel russo, com sinalização de prática de preços mais baixos e aumento de produção. Por isso, os preços estarão mais baixos durante um período cíclico até que as forças deste mercado oligopolizado se organizem novamente.


 


Scot Consultoria: O Brasil depende das importações para abastecer a demanda interna por fertilizantes. Qual a expectativa com relação ao aumento da produção nacional? O Brasil será autossuficiente neste segmento?


José Francisco da Cunha: Não há nenhuma perspectiva de autossuficiência neste setor e nem seria adequada esta meta devido aos recursos naturais limitados disponíveis no Brasil, além dos riscos financeiros e operacionais deste setor que exige investimentos elevados e um longo período de retorno.


Existem muitos projetos em implantação para aumento da produção de fertilizantes, mas a capacidade adicionada é pequena diante da demanda total, que também é crescente. Até o final deste ano haverá aumento substancial na oferta de sulfato de amônio e, no próximo ano, de ureia.


Vários projetos de fosfatos também estão em andamento, porém são mais lentos e a adição de capacidade imediata é pequena.


Já para o potássio, a dependência de importações é muito elevada, acima de 90,0%. Os projetos em andamento mais viáveis proporcionarão apenas um pequeno aumento com relação à produção atual. Além disso, atualmente, a produção está em queda.


Alguns outros projetos são ainda mais complicados, por se tratarem de fontes alternativas ou locais de difícil operação. Estes projetos podem ficar inviabilizados devido à queda dos preços no mercado internacional.


O fato principal que precisa ser reconhecido é que o setor agropecuário garante um superávit comercial elevado para o país e uma das alavancas para a produção é o uso adequado de fertilizantes. Por isso, as importações não deveriam ser encaradas como um ônus ao país.


Deveria sim haver uma maior preocupação para que este processo ocorresse de forma menos onerosa e mais confiável, com desoneração de operações, investimentos em portos e transportes para garantir uma redução no custo Brasil.



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