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Scot Consultoria

Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria – Tec- Fértil entrevista Adilson Aguiar, professor da FAZU e consultor da Consupec


Segunda-feira, 19 de agosto de 2013 - 09h33


A necessidade de produzir mais em menos área é uma realidade para a pecuária brasileira. O mercado e a legislação ambiental conduzem para essa estratégia.


Em função desse cenário é que nos dias 25 e 26 de setembro acontecerá em Ribeirão Preto-SP o Encontro de Adubação de Pastagens da Scot Consultoria - Tec- Fértil.


Para maiores informações acesse www.encontrodepastagem.com.br.


Adilson de Paula Almeida Aguiar será um dos nossos palestrantes.


Ele é zootecnista pela FAZU, especialista em Didática do Ensino Superior (UFV, Viçosa) e em Solos e Meio Ambiente (UFLA, Lavras).


Sua palestra será sobre as "Recomendações de correção e adubação da pastagem com base em modelo de balanço de massa - uma visão sistêmica".


Para saber um pouco sobre a palestra, leia a entrevista que ele concedeu à organização do Encontro de Adubação de Pastagens.


Entrevista com Adilson de Paula Almeida Aguiar


Scot Consultoria: Como funciona a recomendação de correção e adubação de pastagem por meio de modelos de balanço de massa?


Adilson Aguiar: O balanço de massa é um modelo matemático que possibilita a inclusão de todos os compartimentos de um ecossistema de pastagem, que são a atmosfera, o solo, a planta forrageira, o animal e os insumos utilizados (suplementos, corretivos e fertilizantes). Estes compartimentos contribuem com entradas e com saídas de nutrientes que ciclam no sistema da pastagem. Este software possibilita a inclusão do índice pluviométrico e da análise de solo da propriedade em questão, as metas de produtividade em unidades animais/ha ou em litros de leite ou quilos de carne/ha; a composição química da forragem e dos suplementos utilizados, a quantidade de suplementos que entram no sistema, as eficiências de conversão dos insumos, entre outros. O modelo calcula as doses de calcário, de N, P, K, S e micronutrientes para as metas estabelecidas. As doses de corretivos e fertilizantes calculadas pelo balanço são sustentáveis em suas dimensões técnica, econômica e ambiental.


Scot Consultoria: O que o senhor recomenda para que o pecuarista efetue uma correta adubação de pastagem com o menor custo possível e melhor eficiência?


Adilson Aguiar: Eu vou responder de uma maneira diferente, relacionando os principais erros cometidos pelos produtores, pois já foi citado que "os adultos aprendem mais com os seus erros...".


- não ter análise de solo para fazer as recomendações de correção e adubação do solo;


- amostragem de solo de forma incorreta (épocas e profundidades de amostragem incorretas, número de amostras simples insuficiente para compor a amostra composta que é enviada para o laboratório);


- análise de solo incompleta, faltando textura, micronutrientes, entre outros;


- aplicação de corretivos e fertilizantes em excesso (é menos frequente) ou em subdosagem (bem frequente);


- a correção e adubação de pastagens já em estágios avançados de degradação;


- não saber manejar o pastejo de forma que a colheita da forragem produzida seja eficiente;


- não ajustar as taxas de lotação à capacidade de suporte da pastagem, o que resulta em condições de superpastejo (taxa de lotação acima da capacidade de suporte) ou de subpastejo (taxa de lotação abaixo da capacidade de suporte).


- colocar animais de baixo potencial genético para pastejar em pastagens adubadas.


Todos estes erros levam a frustrações e desânimo em relação à adoção da tecnologia de manejo de fertilidade de solos de pastagens.


Para todos estes erros só existe uma solução preventiva: a contratação de consultoria especializada no manejo de fertilidade de solos de pastagens para orientar o pecuarista.


Scot Consultoria: Em geral os pecuaristas se queixam dos custos elevados para recuperar ou adubar as pastagens. Quais seriam as alternativas para o pecuarista melhorar seus pastos?


Adilson Aguiar: Primeiro é importante relacionar as razões da baixa adoção de uso de corretivos e adubos em pastagens no Brasil.


São muitas e é complexo, pois envolve, desde questões culturais (cultura extrativista), falta de conhecimento das respostas potenciais da pastagem e dos animais à correção e adubação do solo da pastagem e suas relações benefício: custo; baixa adoção de assessoria técnica por parte dos pecuaristas; dificuldades em manejar pastagens com elevado nível de fertilidade do solo, representados pelo manejo do pastejo (frequência, intensidade, duração do pastejo, entre outros), pela programação das adubações no tempo e horas adequadas para a melhor resposta desse insumo e, principalmente, pela falta do planejamento para equilibrar a produção de forragem com a demanda do rebanho; falta de projeto com visão estratégica (de longo prazo), burocracia para contratação de financiamento por causa do excesso de exigências, falta de garantias para contrair financiamentos; termos de trocas desfavoráveis entre os valores dos fertilizantes e do produto animal (arroba, leite); impossibilidade de o produtor utilizar capital próprio para investir no segmento produtivo, em virtude de a atividade pecuária operar com margens estreitas ou até mesmo negativas porque o nível de exploração é extensivo na maioria das propriedades.


Deve-se considerar também que o aumento na taxa de lotação resultante do uso de fertilizantes implica em custos adicionais com compra de mais animais, suplementos, vacinas, etc. Em determinadas situações são necessários investimentos em infraestrutura para permitir o manejo eficiente da pastagem.


Devido ao maior tempo de retorno do capital investido, é comum observar fluxos de caixa pouco positivos ou até mesmo negativos nos primeiros anos depois da implantação do projeto.


É preciso também levar em consideração que a idade média dos pecuaristas brasileiros está avançada, e, em sua maioria, eles não têm sucessores interessados em continuar a atividade, o que limita a adoção de sistemas mais intensivos, e , portanto, mais complexos.


É preciso também diferenciar os verdadeiros pecuaristas daqueles "pecuaristas" que entram na atividade buscando reserva e ganho de capital, sonegar impostos ou lavar dinheiro.


Segundo, vou relacionar os procedimentos que o pecuarista pode adotar e já alcançar ganhos de produtividade significativos antes de iniciar a correção e a adubação de suas pastagens. Estes procedimentos eu classifico como "tecnologias de processos (técnicas) e baixo insumo".


Tecnologias de processos e baixo insumo, nesta ordem:


1º. Escolha de espécies forrageiras adaptadas às condições de clima, solo, pragas, doenças, entre outros, da região;


2º. Plantio correto da pastagem, desde a etapa da escolha da área que será plantada até o primeiro uso da pastagem;


3º. Implantação correta da infraestrutura do sistema de pastejo (piquetes, áreas de lazer, sombreamento, fontes de água, cochos para suplementos, corredores de acesso, etc);


4º. Manejo correto do pastejo com adoção de métodos de pastoreio adequados para o sistema em questão (lotação continua ou alternada ou rotacionada) e manejo pelas alturas alvos de cada espécie/cultivar forrageiro;


5º. Controle de plantas invasoras e de pragas (principalmente das cigarrinhas-da-pastagem e dos canaviais) da pastagem;


6º. Seleção na cria ou na compra de animais com potencial para desempenho compatível com os sistemas de pastagens;


7º. Suplementar o rebanho de acordo com as características do sistema, com suplementos minerais e/ou múltiplos (consumo de até 5,0 gramas de suplemento por quilo de peso corporal do animal);


8º. Adoção de calendário sanitário adequado para o rebanho e a região em questão.


Eu considero que estes itens são "básicos" e qualquer produtor pode e deve adotá-los em suas fazendas.


Depois de superado esta etapa de adoção do pacote de "tecnologias de processos e baixo insumo" é possível à adoção do pacote de "tecnologias de alto insumo", tais como:


1º. Correção e adubação do solo da pastagem;


2º. Suplementação concentrada do rebanho (consumo acima de 5,0 gramas de suplemento por quilo de peso corporal do animal);


3º. Irrigação da pastagem.



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