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Scot Consultoria

Encontro de Confinamento da Scot Consultoria entrevista André Perrone


Quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012 - 09h41

Nos dias 14 e 15 de março de 2012 acontecerá o Encontro de Confinamento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto-SP. Mais informações em www.scotconsultoria.com.br/encontroconfinamento Um dos palestrantes será o médico veterinário André Perrone, proprietário e gerente do Confinamento Monte Alegre, um dos ganhadores do Prêmio Nelson Pineda – Excelência em Confinamento. Sua palestra abordará as expectativas para a atividade de confinamento. Para saber um pouco sobre o que será abordado na apresentação do André, leia a entrevista que ele concedeu à Pamela Alves, analista júnior da Scot Consultoria. Entrevista André Perrone Scot Consultoria: O que esperar para o mercado do boi gordo em 2012? André Perrone: A expectativa para o mercado de boi gordo é positiva para o ano de 2012, apesar do setor ainda vivenciar volatilidade de preços e ser também ser afetado por tentativas pontuais de baixa, que têm ocorrido com bem menos frequência do que em anos anteriores. O que temos acompanhado é que a especulação continua forte, com variações nas ofertas de balcão. Scot Consultoria: E com relação ao confinamento? André Perrone: Neste ano, uma das novidades é que a quantidade de bovinos confinados provavelmente terá uma alta considerável, o que pode gerar índices recordes no cenário da pecuária brasileira. Isso provavelmente aquecerá este mercado. Especialistas especulam que o número de animais confinados deve alcançar 4 milhões de cabeças em 2012, ante as cerca de 3,8 milhões atingidas em 2011. Definitivamente no eixo nacional houve um considerável crescimento dos confinamentos e, diferente do desempenho ocorrida em outras ocasiões, tudo indica que esta é uma mudança de paradigma para o setor. Acreditamos que um dos fatores que certamente estimulará a alta do mercado pode ser a menor produção nos EUA e a queda de produção da Europa. Esses efeitos podem melhorar o nosso cenário frente aos mercados externos. Entre os pontos negativos para o mercado estão a crise da Europa e o conflito do Oriente Médio, além da nossa alta taxa cambial. Além disso, a instabilidade da safra do milho pode também gerar incertezas sobre estabilidade da rentabilidade advinda dos animais confinados, este ano. Scot Consultoria: A criação de boi Europa vêm crescendo? Se sim, em qual proporção? André Perrone: Apesar da maioria dos confinamentos brasileiros investirem cada vez mais em qualidade dos processos para garantir segurança alimentar animal e humana, bem como na adoção de práticas sustentáveis, o número de confinamentos a entrar na Lista Traces nos últimos anos diminuiu - o que consequentemente inibiu a criação do boi Europa. Um dos motivos é que as exigências de rastreabilidade passaram a custar mais, o que impulsionou grande parte dos produtores brasileiros a desviar as negociações voltadas à exportação ao eixo europeu para outros mercados. Outro ponto que deixa o foco estratégico dos pecuaristas voltado para o mercado interno é o fato das oscilações do câmbio. Apesar disso, a Europa já sinalizou que quer retomar as compras do produto brasileiro. O bloco estuda soluções para incentivar a retomada das exportações. Apesar de certo desinteresse dos produtores brasileiros para o mercado da UE, o Brasil deve sair na frente, já que a oferta doméstica de gado bovino está prestes a ser alavancada neste e nos próximos anos. Esperamos então que a exportação neste ano seja de maior volume, porém, com preços moderados, sem expectativa de grande valorização. Scot Consultoria: Como os problemas com logística podem refletir no preço pago ao pecuarista? André Perrone: Os produtores do agronegócio brasileiro, em todas suas frentes, têm que lidar com uma série de entraves no que se refere à logística. O país possui uma série de condições precárias das vias de transporte, a infraestrutura portuária é ineficiente para a carga refrigerada, existe burocracia nos postos fiscais estaduais e falta de infraestrutura de armazenagem e comercialização. Esses fatores influenciam o preço da carne, ou seja, elevam o custo de produção do produto bovino, diminuindo a lucratividade do pecuarista. Scot Consultoria: E qual o impacto que a logística tem no custo da carne bovina? André Perrone: O impacto da logística no custo da carne bovina é proporcional aos gastos com transporte, que por sua vez é afetado pela falta de condições das estradas. Este impacto interfere não só no custo, mas também na qualidade final da carne. Há muitos gargalos no setor que precisam ser modificados para que a atividade seja estimulada a crescer.
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