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Scot Consultoria

Hugo José Resende da Cunha – Tortuga


Sexta-feira, 1 de maio de 2009 - 16h31

Hugo José Resende da Cunha é médico veterinário pela Universidade Federal de Uberlândia – MG, especialista em nutrição de ruminantes e supervisor técnico de confinamento da Tortuga, responsável pelos Estados de Goiás, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Tocantins. Scot Consultoria: Em sua opinião, quais as principais vantagens do confinamento? Hugo José R. da Cunha: O confinamento apresenta uma série de vantagens diretas e indiretas, como: - Antecipação da idade ao abate dos animais; - Alta eficiência no ganho de peso e na conversão alimentar; - Maior ganho no rendimento, no acabamento e na padronização de carcaça dos animais; - Menor custo da arroba produzida quando comparado ao sistema a pasto no período de seca; - Proporciona um aumento na taxa de desfrute da fazenda, alivia a pressão de pastejo no período mais crítico (seca) e, além disso, permite aumento na lotação da fazenda no período das águas. Scot Consultoria: E quais os principais “pontos de atenção” no confinamento? Hugo José R. da Cunha: Podemos dizer que os principais são: - Localização do confinamento; - Estrutura mínima necessária de instalações (bebedouros, cochos de fornecimento de dieta, cercas, misturadores, etc.); - Tipo de animal (machos inteiros, castrados, fêmeas ou vitelos), apartação dos lotes, período de adaptação e manejo utilizado; -Disponibilidades de insumos na região (custo x benefício); -Treinamento e qualificação de mão-de-obra; -Comercialização dos animais. São detalhes importantes que devem ser levados em consideração e que podem fazer a diferença no resultado final do confinamento. Scot Consultoria: Com base nos confinadores atendidos pela Tortuga, você “arrisca” um palpite com relação ao volume de cabeças que o Brasil deve confinar em 2009? Ele aumenta ou diminui em relação a 2008? Hugo José R. da Cunha: Acreditamos que ele aumenta, pois o cenário atual está favorável a atividade. Scot Consultoria: As dietas de alto volumoso estão com os dias contados? Por quê? Hugo José R. da Cunha: Com relação ao tipo de dieta a ser utilizada no confinamento, vários fatores são decisivos na escolha, como: preço das matérias-primas, período de confinamento e o que podemos chamar de “estratégias particulares”. Algumas regiões do país apresentam algumas particularidades que não permitem a utilização de uma ou outra dieta, devido principalmente ao alto custo de produção ou até mesmo dificuldades em produzir alguns ingredientes. De forma geral, mediante o atual cenário de grãos, as dietas de alto concentrado estão economicamente mais interessantes de serem utilizadas nos principais Estados confinadores. Alguns pontos positivos devem ser levados em consideração quando utilizamos dietas com maior inclusão de grãos: melhor conversão alimentar; aumento no rendimento de carcaça quando comparado a dietas de alto volumoso, redução do custo operacional e a possibilidade de “girar” mais animais (menos dias de confinamento). Scot Consultoria: Existe alguma nova tecnologia que está começando ou que deve começar a ser adotada pelos confinamentos brasileiros em curto prazo? Quais os seus benefícios? Hugo José R. da Cunha: A Tortuga, por exemplo, utiliza desde 1990 a tecnologia dos minerais orgânicos e é a única empresa na produção dos carboaminofosfoquelatos. São produtos que proporcionam uma série de benefícios quando comparados aos minerais na forma convencional (iônica). Trabalhos estão sendo realizados na tentativa de substituir os ionóforos e antibióticos, produtos que são utilizados nas dietas para controle de distúrbios metabólicos e melhoria da conversão alimentar, por outros aditivos (por ex.: leveduras), com o intuito de atender as exigências de mercados externos. Outras tecnologias que hoje são muito discutidas e estudadas dizem respeito à forma de processamento dos grãos (grão inteiro, moído grosso, moído fino, laminado, floculado e a silagem de grão úmido) versus a porcentagem de amido nas fezes. Sempre buscamos trabalhar com a menor perda desse amido via fezes. Scot Consultoria: São Paulo já foi o principal Estado confinador do Brasil. Hoje foi superado por Goiás. Nos próximos anos, onde deverá ser registrado o maior crescimento no número de cabeças confinadas? Por quê? Hugo José R. da Cunha: A tendência é que o Estado do Mato Grosso tenha um maior crescimento, pois possui boa oferta de animais, excelente produção de grãos (o que leva a preços convidativos) e um elevado número de plantas frigoríficas. Ou seja, o Mato Grosso possui praticamente todos os pré-requisitos que os confinamentos exigem. Scot Consultoria: Hoje estima-se que o Brasil confine cerca de 3 milhões de cabeças ao ano, o que representa aproximadamente 6% a 7% do total de bovinos abatidos. Qual é a “visão de futuro” que a Tortuga tem para essa atividade/técnica? Hugo José R. da Cunha: Uma visão otimista e de grandes perspectivas. Por acreditar nesse segmento, nossa empresa criou um departamento exclusivo para atender os confinamentos. Com uma linha completa de produtos, equipe técnica especializada, programas de controle de confinamento, ou seja, compromisso total com o confinador. Essa é uma atividade que veio para ficar. Hoje os pecuaristas brasileiros, principalmente os que encaram o setor com profissionalismo, têm o confinamento como uma ferramenta fundamental para fechar o ciclo de produção, aliando eficiência zootécnica à melhoria dos resultados econômicos.
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